Com sócio da Austrália, projeto de etanol de sisal dará retorno de 20% e busca investidores
Planta com a cara nordestina vai sendo cada vez mais conhecida para virar etanol (Pixabay)
Quando a Taxa Interna de Retorno (TIR) está acima do custo do projeto, para os investidores é sinal de que podem avançar. A TIR de uma biorrefinaria da biomassa do sisal, para extração de 💥️etanol, já foi identificada em 20%, contra 1% de investimentos industriais da 💥️cana-de-açúcar.
Desse modo, a Sertão Bioenergia está avançando, segundo seu idealizador, o pesquisador da Unicamp Gonçalo Pereira, e sua sócia australiana, a AusAgave (corruptela de agave, nome científico do sisal).
Não fosse apenas pela experiência da empresa da 💥️Austrália, que explora açúcares e fibra da planta, comum no Nordeste brasileiro, o projeto em desenvolvimento não está confinado apenas em experimento acadêmico.
Pereira, chefe do Laboratório de Genômica e Bionergia da universidade de Campinas, tem a experiência empresarial de quem foi um dos fundadores da GranBio, a primeira usina a explorar o etanol de 2ª Geração (2G), requisitado pelas indústrias quando da defesa do etanol. Em fevereiro, por exemplo, fez parte da missão da 💥️Unica pela 💥️Ásia, de incentivo à produção de 💥️biocombustível pelos países concorrentes do Brasil no 💥️açúcar, em especial a 💥️Índia.
💥️Money Times já havia antecipado o surgimento da Sertão Biomassa (16/03/2020) e, neste momento, a equipe segue desenvolvendo “alguns desafios tecnológicos” importantes para a importação da planta industrial e desenvolvendo o protocolo de multiplicação in vitro do sisal.
“Em pouco tempo, teremos esses resultados que são fundamentais para apresentarmos para investidores”, acrescenta Gonçalo Pereira, que já tem alguns CNPJs na fila aguardando os dados que definirão melhor os valores iniciais do projeto. Tanto na Unicamp, quanto quando diretor do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), fora a própria GranBio, ele sabe o que é trazer empresários para dentro de projetos.
TIR de usina de açúcar é menor de que de unidade de etanol de sisal (Imagem: Facebook/Divulgação/São Martinho)
Com apoio de estudos adiantados, entre os quais do doutorando Fábio Raya, que identificou enorme quantidade de biomassa (fibra) em amostras de sisal submetidas há vários anos de seca no sertão, algumas outras variáveis da TIR são: de 10% a 25% de matéria seca (a utilizável) e 66 mil litros de etanol em 176 toneladas por hectare. Em equivalência de açúcar, segue o cientista, daria 140 toneladas, lembrando, contudo, que não é açúcar de mesa, “portanto é absolutamente adequado para a produção de etanol”.
É melhor ainda, de acordo com os levantamentos, que a cana energia, planta com alto teor de fibra desenvolvida para o etanol 2G. Com o acréscimo de que o sisal é rústico, não agrega custos elevados mesmo em produção comercial, e não tem sazonalidade. Produz o ano todo.
Enquanto segue em “inovação para valer” e se estruturando para atrair investidores, a Sertão Biomassa olha o valor social do empreendimento, levando milhares de sertanejos a poderem se estabelecer com produção contratada para além do extrativismo atual, se entusiasma Gonçalo Pereira.
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