4 motivos por que o impeachment de Bolsonaro é improvável (pelo menos, agora)
Balança, mas não cai: apoio a Bolsonaro ainda o garante no poder, diz MCM (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)
A 💥️prisão de Fabrício Queiroz, o avanço das investigações sobre o disparo em massa de fake news, conduzidas pelo 💥️STF, a prisão de apoiadores que pregam a intervenção militar e as relações frias com o 💥️Congresso não conduzirão, necessariamente, ao impeachment do presidente 💥️Jair Bolsonaro. A avaliação é da 💥️MCM Consultores.
“Ainda é prematuro afiançar que o bolsonarismo seguirá os passos do petismo e também será retirado do poder com a contribuição do aparato jurídico-penal”, escreveu a consultoria, em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (19). “Esse desfecho continua improvável para o governo Bolsonaro”, sublinha.
O motivo, segundo a MCM, é que não se enxerga um alinhamento tão perfeito das forças que poderiam antecipar o mandato do ex-capitão, quanto o visto no processo de impeachment de 💥️Dilma Rousseff, em 2018. Veja, a seguir, o que ainda mantém Bolsonaro no poder, apesar de todas as ameaças.
1. O procurador-geral da República não comprou o impeachment
Ao contrário do processo que cassou o mandato de Dilma, em que a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público Federal tiveram uma atuação intensa, protagonizando a elaboração de algumas peças de acusação importantes para a derrocada da petista, o atual PGR, Augusto Aras, não embarca no impeachment de Bolsonaro.
Por ora, os procuradores se limitam a roçar as franjas mais extremistas do bolsonarismo, como mostra a prisão da militante Sara Winter, líder do grupo 300 do Brasil, nesta semana.
2. A Polícia Federal e as polícias estaduais têm outras prioridades
A apatia da Procuradoria-Geral da República é compartilhada pela Polícia Federal, epicentro da demissão do ex-juiz Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Como se sabe, Moro conquistou fama e apoio do bolsonarismo, ao liderar a Operação Lava Jato, que culminou na prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Desde que assumiu o ministério, contudo, Moro foi pressionado pelo presidente a trocar o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, alegando que necessitava de alguém a quem tivesse acesso para poder se informar e tomar melhores decisões.
Despedida bombástica: Moro acusa Bolsonaro de interferir politicamente na Polícia Federal (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)
Moro saiu do governo atirando, Valeixo caiu e, mesmo não emplacando Alexandre Ramagem, seu franco favorito, no cargo, Bolsonaro parece ter aquietado a corporação.
A MCM observa também que, nas polícias militares, subordinadas aos governadores, a simpatia por Bolsonaro é forte.
3. Bolsonaro tem a força
Ao contrário de Dilma, que caiu após quase 13 anos de governos petistas que desgastaram a legenda e reduziram suas bandeiras a trapos, o bolsonarismo ainda é forte.
A MCM lembra que, apesar da corrosão do apoio popular ao presidente, ele ainda conta com mais prestígio que Dilma, às vésperas do impeachment. Além disso, parte do empresariado e do Congresso está fechado com Bolsonaro, apesar das constantes caneladas.
4. Quem vai mexer com os militares?
Por fim, a consultoria lembra que, apesar de tudo, Bolsonaro ainda tem prestígio junto às Forças Armadas, e muitos militares da ativa e da reserva participam do governo.
Mesmo lideranças do Congresso sinalizam que o pessoal de verde-oliva é um elemento fundamental para manter ou apear o ex-capitão do poder antes do término de seu mandato.
“Por enquanto, a principal consequência do assédio jurídico ao bolsonarismo radical é emparedar as tentações golpistas presentes nas entrelinhas das dubiedades das declarações do presidente Bolsonaro e de alguns militares com assento no Planalto”, afirma a MCM.
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