Chanel fecha linhas de crédito de US$ 1,1 bi para navegar na crise

Assim como na indústria de luxo, a pandemia afetou os negócios da Chanel, que vende o perfume Nº 5, bolsas de US$ 8,9 mil e relógios J12 Phantom de US$ 4,8 mil (Imagem: Unsplash/@laurachouette)

Manequins em salto alto, jaquetas xadrez e bolsas estão na vitrine da principal loja da Chanel em Nova York.

O local na 57th Street estava aberto na quarta-feira somente com hora marcada, de acordo com a equipe de segurança, mas não era possível ver nenhum cliente. Assim como na indústria de luxo, a pandemia afetou os negócios da Chanel, que vende o perfume Nº 5, bolsas de US$ 8,9 mil e relógios J12 Phantom de US$ 4,8 mil.

Para reforçar as finanças, o império da moda, controlado pela família francesa Wertheimer, conseguiu recentemente US$ 1,1 bilhão em linhas de crédito.

O valor inclui US$ 843,7 milhões no mês passado do Citigroup e US$ 275 milhões do BNP Paribas em abril, segundo documentos regulatórios.

A empresa com sede em Londres também levantou US$ 756 milhões em financiamento de emergência do programa de empréstimos do Reino Unido em abril.

“O grupo sempre manteve um balanço saudável com fortes fluxos de caixa”, disse a Chanel em relatório anual de 2023 publicado nesta semana. “Para assegurar ainda mais essa posição, o grupo obteve financiamento adicional em 2023 para poder continuar investindo na visão de longo prazo da marca, enquanto navega por estes tempos sem precedentes.”

Representantes da Chanel, BNP e Citigroup não comentaram.

Impacto ‘significativo’

As vendas de produtos sofisticados caíram neste ano, com muitas boutiques de moda fechadas e consumidores focados em itens essenciais.

A Bain & Co. estima que as vendas de bens de luxo pessoais poderiam cair até 35% em relação ao recorde do ano passado, de US$ 315 bilhões. Estima-se que os irmãos Alain e Gerard Wertheimer & cuja família também possui participação na rede de cosméticos Ulta Beauty & possuem participações iguais do império Chanel.

A Chanel tentou atrair clientes presos em casa para as plataformas online durante a crise, fazendo parcerias com músicos como a pop star belga Angele para selecionar playlists na Apple Music e se apresentar ao vivo na página da Chanel no Instagram. Em seu relatório anual, a Chanel disse que ainda não podia avaliar o impacto total da crise nas finanças deste ano, mas o descreveu como “significativo”.

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