Sidnei Nehme: dólar com margens definidas, mas intensa volatilidade é perturbadora ao mercado!

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“O dólar neste patamar pode tornar atrativa a nossa B3 ao investidor estrangeiro”, disse  o colunista (Imagem: Pixabay)

No nosso entendimento, já externado anteriormente, o preço da moeda americana encontrou um intervalor acomodatício na faixa entre R$ 5,00 a R$ 5,50, mas o fator perturbador presente é a intensa volatilidade nas opções de 💥️dólar/💥️real que desafiam os “players” e que circundam variações entre 20% a 30% de forma abrupta e intempestiva e que na maioria das vezes não permite que se identifiquem razões plausíveis.

O governo deseja e integra na sua política o “dólar alto” e acreditamos que este preço de sustentação esteja no mínimo em R$ 5,00, que se torna atraente para sustentar as exportações do agronegócio, único setor resiliente à crise e que representa algo como 30% do nosso 💥️PIB, gera empregos, renda e movimenta a cadeia de atividades até chegar aos portos, e, que determinou expansão das atividades do porto de Santos neste trimestre de crise em mais de 11%.

O dólar neste patamar pode tornar atrativa a nossa 💥️B3 (💥️B3SA3) ao investidor estrangeiro, o que ainda não ocorreu a não ser num breve espaço de tempo recente em que as ações estavam baratas 20% em reais e 36% em dólares, e tenderia a tornar atrativo o investimento estrangeiro em conta capital e nos projetos de grande monta e oportunidade existentes na infraestrutura brasileira, o que, também ainda não se consolidou, visto que o Brasil sofreu desgastes relevantes de imagem que geraram insegurança jurídica-econômica-política e, inegavelmente mais recentemente, a crise do coronavírus, que paralisou grande parte de sua atividade econômica e que conduziu o país a relevante dicotomia entre economia e saúde, num ambiente de grande desordem de gestão, que afora isto ainda dá propulsão a questões tensionais políticas.

Os fluxos cambiais de grande monta ainda devem se manter distantes do 💥️Brasil, embora haja enorme liquidez no mercado global com vontade de ser ousado, mas cauteloso por temer a recidiva da crise do coronavírus na medida com a tentativa da flexibilização das regras de isolamento que se agrega aos fatores que ponderam e ainda percebendo no Brasil fatores que desestimulam sua tradicional atratividade.

Se, por qualquer razão imprevista, houve movimento que aprecie o real além de R$ 5,00, o BC atentamente poderá atuar reduzindo as rolagens dos swaps vincendos e dando sustentação ao preço.

O dólar alto sinaliza que é o novo, veio para ficar, a despeito do considerável volume de reservas detidos pelo Brasil.

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O dólar alto sinaliza que é o novo, veio para ficar, a despeito do considerável volume de reservas detidos pelo Brasil (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

E porque entendemos que o piso superior tende a permanecer, numa visão adversa do segundo semestre? Não há sinais de forte pressão de demanda efetiva sobre a moeda e a referendar esta percepção esta a revisão procedida e evidenciada no recente RIT – Relatório de Inflação Trimestral que reduziu a projeção do déficit em transações correntes de US$ 40,0 Bi para US$ 13,0 Bi.

A formação do preço, afora os fatores internos, estará quase sempre à mercê do comportamento do dólar no mercado internacional, e se a recuperação da economia americana confirmar o revigor poderá valorizar o dólar, salvo se o 💥️FED ceder ao conclamo do Presidente 💥️Trump reduzindo abruptamente o juro americano a ponto extremamente negativo para fragilizar a moeda americana “porto seguro” e assim potencializar a competitividade do produto americano no mercado externo puxando sua indústria nacional.

Ontem, por exemplo, isto não aconteceu e o real foi a única moeda emergente latina a se valorizar frente ao dólar, mas a atipicidade pode ter decorrido do final do semestre e da importância da taxa PTax que será básica para os balanços semestrais das instituições financeiras, e, envolve também a disputa entre comprados e vendidos no mercado futuro de dólar.

No nosso ponto de vista, o segundo semestre não tende a ser benigno no Brasil, havendo muitos fatores adversos, a principal a até possível expansão da crise do coronavírus num ambiente em que o governo terá seríssimas dificuldades para bancar a ajuda emergencial sem comprometer seriamente o superávit primário por alguns anos.

Tende a ficar claro que ainda não chegamos ao “fundo do poço” em abril como citado na mais recente ata da reunião do 💥️COPOM, e que há espaço para piorar e que são tímidas as possibilidades da recuperação da economia em V, mas muito provavelmente em U com um espaço de no mínimo 2 anos e não se tem clareza de quando terá início está contagem.

O dado de 💥️ontem do CAGED que quantifica em 1,487 milhão de perda de empregos formais no trimestre, sendo maio registrou 331 mil, é preocupante e há quem veja neste número confrontado com os 860 mil de abril algo confortante, mas poderá não ser bem assim, pois o tempo poderá acentuar o desalento e as pequenas/médias empresas poderão sucumbir em massa.

É importante que iniciemos o segundo semestre com uma visão sensata e cética sobre a real situação e suas efetivas perspectivas.

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