São Paulo tem reabertura tímida de bares e restaurantes
A prefeitura permitiu nesta segunda a reabertura de bares, restaurantes e salões de beleza e barbeiros (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
O governador de 💥️São Paulo, 💥️João Doria (💥️PSDB), rejeitou a possibilidade de permitir neste momento que bares e restaurantes operem à noite, apesar dos pedidos de proprietários desses estabelecimentos, que registraram pouco movimento no primeiro dia de reabertura na capital paulista após mais de três meses fechados devido à pandemia de 💥️coronavírus.
Como a capital está na Fase 3 do plano de reabertura de setores da economia, a prefeitura permitiu nesta segunda a reabertura de bares, restaurantes e salões de beleza e barbeiros. No caso dos bares e restaurantes, limitou o horário de funcionamento de 11h às 17h, o que desagradou proprietários.
“Como boa brasileira, a gente tem que manter a esperança. E é assim que a gente vai se embasar, porque esse horário não ficou bom, não é viável. O movimento vai ser pouco, porque não é o horário de trabalho, principalmente da região Vila Madalena”, disse Andreia Vieira, gerente financeira de um estabelecimento no bairro boêmio da zona oeste paulistana, à Reuters TV, diante de mesas vazias.
“Cinco horas da tarde, me desculpe, não há como você vislumbrar que vai ser ótimo… Querendo ou não, a nossa rotina, onde a gente trabalha, é após às 17h”, disse ela, usando máscara.
Indagado sobre os pedidos do setor para uma flexibilização no horário de funcionamento, Doria disse em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes que a decisão de limitar o funcionamento desses estabelecimentos foi tomada por unanimidade pelos 19 especialistas que compõem o Centro de Contingência do Coronavírus do governo estadual e descartou, ao menos por ora, alterar a regra.
Doria disse que a decisão de limitar o funcionamento desses estabelecimentos foi tomada (Imagem: Flick/Governo do Estado de São Paulo)
“Em relação a restaurantes, bares, pizzarias e similares, neste momento o horário estabelecido de fechamento é 17h por determinação do Centro de Contingência, do comitê de saúde”, afirmou o governador.
“Nós não queremos em São Paulo as cenas que assistimos no Rio de Janeiro e em Londres. Nós não queremos super aglomeração, pessoas sem máscaras, pessoas com dosagem alcoólica elevada que não prestam atenção nem ao distanciamento, nem à sua própria proteção. E a orientação do comitê de saúde foi justamente de manter, nesta etapa, o funcionamento até 17h.”
No fim de semana, foram registradas aglomerações em diversos bares na cidade do Rio de Janeiro, com pessoas desrespeitando o distanciamento social e deixando de usar máscaras, após a prefeitura da capital fluminense liberar o funcionamento de bares e restaurantes. Na capital britânica, onde o governo também permitiu a volta ao funcionamento dos tradicionais pubs ingleses, foram vistas imagens parecidas.
No fim de semana, foram registradas aglomerações em diversos bares na cidade do Rio de Janeiro (Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)
A reportagem da Reuters percorreu na tarde desta segunda-feira bairros de São Paulo onde há grande concentração de empresas, como Itaim e Vila Olímpia, mas o cenário foi o mesmo da Vila Madalena. Muitos bares e restaurantes fechados e, os que estavam abertos, recebendo poucos clientes.
Bares e restaurantes da capital paulista estavam com as portas fechadas desde o final de março, como parte das medidas de redução da circulação de pessoas para conter o coronavírus, podendo funcionar apenas com serviço de entrega.
A flexibilização foi permitida após o Estado registrar queda no número de mortes por Covid-19 nas duas últimas semanas e ter reduzido a taxa de ocupação de UTIs para 63,9%, ante pico acima de 90% no auge da pandemia.
De 28 de junho a 4 de julho foram registradas 1.733 mortes no Estado, ante 1.913 óbitos na semana de 14 a 20 de junho, de acordo com a secretaria estadual de Saúde. São Paulo é o Estado mais afetado pela Covid-19 no Brasil, com 323.070 casos confirmados e 16.134 mortes desde o início da pandemia.
Demanda Represada
Também nesta segunda-feira, o governo da capital permitiu a volta às operações de salões de beleza e barbeiros, estabelecimentos que poderão funcionar somente por seis horas diárias, mas que puderam escolher durante qual período irão atender.
Também nesta segunda-feira, o governo da capital permitiu a volta às operações de salões de beleza e barbeiros (Imagem: Reuters/Thilo Schmuelgen)
Para Daniela Oliveira, dona de um salão no bairro de Pinheiros que estava fechado desde 20 de março, o movimento na reabertura foi positivo, mas ela tinha dúvidas se isso se manteria nos próximos dias.
“Está sendo bom, os clientes já haviam agendado. Mas a gente sabe que é uma demanda represada”, disse ela, enquanto controlava a entrada de clientes que, ao chegar ao salão, tinham de higienizar os pés em um tapete, passar álcool gel e ter a temperatura medida, no que a proprietária classificou de “um novo ritual”.
“Eu sabia que a gente abrindo teria uma clientela louca para fazer. Agora no decorrer do tempo é que a gente vai ver”, avaliou.
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