Emergentes podem estar a caminho de nova fase de crise fiscal
Em um momento, “os mercados vão virar e, então, olhar para a relação dívida/PIB e dizer: ‘o que vocês vão fazer sobre isso?”, disse Eric Baurmeister, responsável por dívida de mercados emergentes do Morgan Stanley (Imagem: REUTERS/Mike Blake)
O estímulo monetário e fiscal que salvou os preços de ativos de 💥️mercados emergentes neste ano pode ter alinhado muitos países para uma nova fase da crise de Covid-19: uma desordem fiscal da qual não há saída fácil.
💥️Bancos centrais cortaram💥️ juros e governos aumentaram gastos em meio à explosão de casos de💥️ coronavírus e paralisações que reduziram investimentos e a demanda de consumidores.
Embora as medidas tenham recuperado o apetite por risco, os pacotes podem ter deixado autoridades monetárias e governos encurralados.
Em um momento, “os mercados vão virar e, então, olhar para a relação dívida/PIB e dizer: ‘o que vocês vão fazer sobre isso?”, disse Eric Baurmeister, responsável por dívida de mercados emergentes do 💥️Morgan Stanley Investment Management, em Nova York. “’Agora, que passamos pelo pior, como vão pagar isso de volta?’”
Com pouco espaço para mais estímulo monetário, países em desenvolvimento podem enfrentar o dilema de precisar gastar mais para retomar o crescimento, mas com falta de recursos para fazer isso sem aprofundar ainda mais a dívida.
Talvez as taxas de juros até precisem subir para defender as moedas nacionais em meio à queda da confiança, minando a atividade econômica e reduzindo os preços dos ativos. Ao mesmo tempo, os crescentes problemas econômicos poderiam provocar tensões políticas.
A dívida global subiu para US$ 258 trilhões no primeiro trimestre, ou um recorde de 331% do PIB global, segundo o Instituto de Finanças Internacionais.
Em mercados emergentes, os índices de dívida aumentaram para o recorde de 230% do PIB. Cerca de US$ 3,7 trilhões em dívidas de mercados emergentes vencem até o fim de 2023, e dívidas em moeda estrangeira representam quase 17% do total, disseram economistas do IFI, Emre Tiftik e Khadija Mahmood em relatório.
O Brasil registrou o pior déficit primário em junho e o endividamento deverá atingir 98% do PIB até o fim do ano, segundo o 💥️Ministério da Economia, em relação a 76% no ano passado. O governo da Colômbia prevê que a dívida do país aumentará para 65%-66% do PIB em relação a 50% no mesmo período.
“Cenário da Turquia”
Os programas de gastos temporários dos governos podem se tornar permanentes, e as autoridades de política monetária se apoiariam em uma política monetária frouxa para financiar déficits fiscais, de acordo com David Hauner, estrategista do 💥️Bank of America, em Londres.
Um “cenário da Turquia”, no qual a política monetária frouxa impulsiona tanto o crescimento quanto a inflação, pesando sobre a moeda, pode se tornar um risco maior em outros países emergentes, especialmente se suas reservas diminuírem e os níveis de dívida aumentarem, disse Hauner.
“Os problemas fiscais variados são anteriores à Covid, e o mundo pós-Covid provavelmente será desafiador no lado fiscal com demandas políticas por mais proteção social e gastos com saúde”, escreveu em relatório.
No entanto, cortar gastos ou aumentar impostos corporativos traz seus próprios riscos. Tais medidas pesariam sobre o crescimento, disse Pedro Martins Junior, estrategista-chefe de renda variável para a América Latina do 💥️JPMorgan Chase. Embora isso possa não se concretizar até 2023, pode afetar os lucros corporativos, escreveu.
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