Agroconsult vê safra de soja 2023 do Brasil em 132,6 milhões de toneladas
Por ora, a Agroconsult estima uma área plantada com soja de 37,9 milhões de hectares (Imagem: Pixabay)
O plantio de 💥️soja no 💥️Brasil, maior produtor e exportador global da oleaginosa, deverá aumentar 1,1 milhão de hectares na temporada 2023/21 que começa a ser plantada em setembro, o que resultaria em uma produção recorde de 132,6 milhões de toneladas, avaliaram analistas da 💥️Agroconsult ouvidos pela 💥️Reuters.
A projeção de produção, que considera uma linha de tendência de produtividade, pode ser ainda maior se o clima colaborar, permitindo um plantio superior ao estimado pela consultoria. Agricultores capitalizados por boas safras anteriores também fecharam vendas antecipadas para 2023/21 como nunca antes visto.
“Tem muita coisa para acontecer, tem possibilidade de continuar subindo… Ainda tem espaço… Por preço e liquidez (do mercado), a rentabilidade faz com que, se eventualmente surgir oportunidade e calendário (janela de plantio), o produtor possa expandir um pouco mais esta área”, declarou o analista Adriano Lo Turco.
Por ora, a Agroconsult estima uma área plantada com soja de 37,9 milhões de hectares.
O Brasil poderia plantar históricos 37,9 milhões de hectares, alta de 3% na comparação anual(Imagem: Divulgação/Brasil Agro)
O tamanho da área a ser semeada com soja do Brasil em 2023/21, revelaram os analistas, foi crescendo nos últimos meses à medida que os agricultores foram travando vendas futuras, impulsionados por um dólar acima de 5 reais.
“Nossa estimativa foi aumentando, esse 1,1 milhão de hectares começou lá atrás com 500-600 mil hectares, à medida que a taxa de câmbio foi se desvalorizando, ela (projeção de plantio) foi subindo”, comentou Lo Turco.
Caso as projeções atuais se confirmem, o Brasil poderia plantar históricos 37,9 milhões de hectares, alta de 3% na comparação anual, mas colhendo 6,3% a mais que as 124,7 milhões de toneladas projetadas pela Agroconsult para 2023/20, quando a safra do Rio Grande do Sul foi castigada por uma seca que fez o país produzir abaixo do potencial.
As projeções também são baseadas em indicadores de rentabilidade que têm saltado nas última safras.
As projeções também são baseadas em indicadores de rentabilidade que têm saltado nas última safras (Imagem: Unsplash/@moniqa)
Em Mato Grosso, principal produtor de soja do Brasil, a rentabilidade na temporada 2018/19 foi de cerca de 800 reais/hectare, subindo para 1.482 reais/ha em 2023/20 e agora está projetada em aproximadamente 1.700 reais/ha em 2023/21.
“Tende a ser acima da margem espetacular de 19/20, claro que depende da produtividade…”, disse o analista, lembrando que o cálculo considera um clima normal.
O grande avanço do plantio será no Matopiba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), além de 💥️Goiás, 💥️Mato Grosso do Sul e 💥️São Paulo & neste último, mais pela influência de um sistema de meiosi (rotação) de cultura com cana.
Além disso, o plantio crescerá mais de 2% em Mato Grosso, para mais de 10 milhões de hectares, conforme avaliação do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária.
A consultoria não vê problemas de consumo para esta grande safra, com a 💥️China mantendo fortes compras no mercado.
A consultoria não vê problemas de consumo para esta grande safra, com a China mantendo fortes compras no mercado (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)
As exportações de soja do Brasil foram estimadas em 80 milhões de toneladas em 2023, após registrarem volumes recordes no primeiro semestre, e podem superar esse patamar em 2023 com firme demanda chinesa.
Além da demanda externa, o consumo interno brasileiro tem sido sustentado pela fome da indústria de carnes por farelo de soja e do setor de biodiesel, por óleo, principal matéria-prima do biocombustível.
Milho
As avaliações sobre a próxima temporada ocorrem enquanto produtores estão em plena colheita da segunda safra 2023/20 de 💥️milho, com os trabalhos avançando bem em agosto após um atraso neste ano, o que explica também uma maior lentidão nas exportações neste início de segundo semestre.
A produção foi estimada em 74,1 milhões de toneladas, ante 76,4 milhões no ano passado, após uma seca ter atingido lavouras no Paraná e Mato Grosso do Sul.
A produção foi estimada em 74,1 milhões de toneladas, ante 76,4 milhões no ano passado (Imagem: Kamlesh Hariyani/unsplash)
Para a chamada “safrinha” do ano que vem, que responde pela maior parte da produção brasileira do cereal, a projeção é de um aumento de 5% na área plantada, para 13,9 milhões de hectares, com a produção podendo alcançar um recorde de 81,9 milhões de toneladas.
A Agroconsult prevê uma estabilidade no plantio da próxima primeira safra de milho, em 5,1 milhões de hectares, com a produção subindo de 27,1 milhões para 28,4 milhões de toneladas.
“É na segunda safra que aparece o bom momento do milho, onde tem mais contratos para exportação, na qual o produtor tem condições de fazer mais vendas antecipadas”, disse o analista, lembrando ainda que o produto tem sido disputado em Mato Grosso pelas indústrias de carnes e de etanol.
Entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2023, as exportações brasileiras do cereal são estimadas em 34,6 milhões de toneladas, versus mais de 40 milhões no ciclo anterior.
A produção total de milho do Brasil em 2023/21 poderia subir para históricas 110,3 milhões de toneladas, ante 101,2 milhões em 19/20 e 102,5 milhões em 18/19, segundo dados da Agroconsult.
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