Covid-19: estudo sobre casos no Brasil inicia nova fase em 133 cidades
O estudo estimou que existem cerca de seis casos reais não notificados para cada um oficialmente confirmado (Imagem: Leopoldo Silva/ Agência Brasil)
O estudo Evolução da Prevalência de Infecção por 💥️Covid-19 no 💥️Brasil (Epicovid19-BR), coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em parceria com o 💥️Ministério da Saúde, anunciou o início da quarta etapa de testes que irá abranger 133 cidades do país.
A pesquisa ocorrerá de 20 a 23 de agosto e será financiada com recursos do programa Todos pela 💥️Saúde, do ministério.
O estudo é a maior pesquisa populacional em andamento no mundo a estimar a prevalência de coronavírus. “Os números de casos de infecção, internações e mortes por coronavírus se mantêm altos dia-após-dia no Brasil. Neste momento, precisamos das melhores evidências para embasar ações, preservar a saúde e prevenir mortes evitáveis de brasileiros”, destacou o epidemiologista e coordenador geral do estudo, Pedro Hallal.
Resultados
As três primeiras etapas, realizadas de 14 a 21 de maio, 4 a 7 e 21 a 24 de junho, entrevistaram cerca de 90 mil pessoas.
Com base nos primeiros resultados, o estudo estimou que existem cerca de seis casos reais não notificados para cada um oficialmente confirmado.
De acordo com a pesquisa, de cada cem pessoas infectadas, uma vai a óbito no Brasil.
A pesquisa documentou ainda que, em um mês, a prevalência (proporção de pessoas contaminadas) dobrou na população: os percentuais passaram de 1,9% (1,7% a 2,1%, pela margem de erro), na primeira etapa, para 3,1% (2,8 a 4,4%), na segunda, e alcançaram 3,8% (3,5% a 4,2%), na última etapa.
Nesse mesmo intervalo de tempo, o distanciamento social (percentual de pessoas que ficaram em quarentena em casa) caiu de 23,1% para 18,9% dos entrevistados.
Desigualdade
A pesquisa identificou também diferenças grandes da prevalência da doença entre regiões brasileiras, grupos étnicos e socioeconômicos. Na reigão Norte, segundo o estudo, 10% da população, em média, têm ou já teve covid-19; no Sul, esse percentual está em torno de 1%.
Os 20% mais pobres apresentaram o dobro do risco de infecção em comparação aos 20% mais ricos.
O grupo mais vulnerável, os indígenas, tiveram risco de infecção cinco vezes maior do que os brancos.
“Mostramos que os pobres e os indígenas são os grupos mais vulneráveis, que requerem ainda mais atenção de políticas de saúde pública”, disse Hallal.
A pesquisa apontou ainda que as crianças têm a mesma chance de se infectar com o novo coronavírus do que uma pessoa adulta.
Sintomas
Segundo o estudo, aproximadamente 90% das pessoas infectadas com o novo coronavírus apresentaram sintomas.
Os cinco mais frequentes, relatados por cerca de metade dos entrevistados com anticorpos para a covid-19, foram: dor de cabeça (58%), alteração de olfato ou paladar (57%), febre (52,1%), tosse (47,7%) e dor no corpo (44,1%).
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