Bancos dão prazo extra a R$ 235 bilhões em empréstimos

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Os empréstimos sujeitos aos programas de prorrogação, que variam de 13% da carteira do Santander Brasil a 10% do Itaú Unibanco, são indicadores de possíveis inadimplências futuras (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

Os quatro maiores 💥️bancos listados do💥️ Brasil deram meses de prazo extra para consumidores e empresas pagarem 235 bilhões de reais em empréstimos pendentes, como resultado de medidas para compensarem os impactos da pandemia de Covid-19 no país.

Os empréstimos sujeitos aos programas de prorrogação, que variam de 13% da carteira do 💥️Santander (💥️SANB11) a 10% do 💥️Itaú Unibanco (💥️ITUB4), são indicadores de possíveis inadimplências futuras.

Ainda é bastante incerto quantos dos devedores poderão voltar a pagar suas dívidas assim que os períodos de carência terminarem.

As extensões, concedidas entre março e junho, variam de 60 a 180 dias, dependendo do banco. A situação se assemelha à vivida pelos bancos nos Estados Unidos, que já reconhecem que mais empréstimos podem sofrer calotes à medida que os prazos de prorrogação expirarem.

O  💥️Banco do Brasil (💥️BBSA3) ofereceu extensões em 11,6% de sua carteira, enquanto o💥️Bradesco (💥️BBDC4)para uma parcela de 12,75%.

Os executivos dos bancos se recusaram a fazer projeções mais firmes de perdas futuras, quando discutiram os resultados do segundo trimestre com analistas e jornalistas nas últimas duas semanas.

Eles disseram que a inadimplência pode ser menor do que se temia inicialmente, apontando para sinais preliminares de uma certa recuperação da economia brasileira.

Ainda assim, os presidentes dos bancos foram unânimes em prever que os índices de inadimplência de 90 dias aumentarão no final do ano ou no início de 2023, quando os períodos de carência terminam. Hoje, o indicador esta em cerca de 3% para os maiores bancos do país.

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O  Banco do Brasil ofereceu extensões em 11,6% de sua carteira (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Os executivos se mostraram divididos sobre o quão ruim as coisas podem ficar. O presidente do Itaú, Candido Bracher, espera que os índices de inadimplência atinjam níveis históricos, enquanto o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, disse em entrevista que é provável que fique em torno de 3,7%.

“A taxa de inadimplência deve ficar pior do que nas crises anteriores, mas a recuperação também deve ser mais rápida”, disse o analista de ações do Goldman Sachs Tito Labarta.

As baixas taxas de juros de referência do Brasil, cortadas novamente na quarta-feira para um recorde de 2%, podem tornar os encargos da dívida mais gerenciáveis ​​do que no passado, acrescentou Lazari.

Em 2016, em meio à recessão mais recente do Brasil, as taxas de juros ficaram em 14,25%. Os quatro maiores bancos do Brasil já reservaram 18,9 bilhões de reais em provisões extraordinárias relacionados à Covid-19 nos últimos dois trimestres, reduzindo os lucros.

“Na América Latina, os bancos brasileiros devem ter o melhor desempenho em meio à crise do coronavírus, pois já aumentaram muito as provisões”, disse Labarta.

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