Omega mira leilões privados e contratos corporativos para construir parques de energia renovável

Ômega Energia Renovável

O modelo de negócio da Omega Desenvolvimento visa criar projetos e fechar a venda da energia junto a clientes para viabilizar a construção dos parques (Imagem: REUTERS/Jo Yong-Hak)

A empresa de renováveis Omega Desenvolvimento, do mesmo grupo da listada 💥️Omega Geração (💥️OMGE3), tem avaliado oportunidades de expansão fora dos tradicionais leilões promovidos pelo governo no Brasil para viabilizar novos projetos de energia, disse à Reuters o novo presidente da companhia, Rogério Zampronha.

O Ministério de Minas e Energia suspendeu todos leilões do setor de energia de 2023 por incertezas sobre a demanda geradas pela pandemia de 💥️coronavírus e ainda não há definição sobre reagendamento das licitações de geração, que fecham contratos de longo prazo para atender à demanda das distribuidoras de energia, que suprem consumidores finais no mercado regulado.

Em meio a esse cenário, a Omega buscará viabilizar a construção de projetos eólicos e solares de sua carteira com contratos privados, no mercado livre de energia, onde empresas com certo nível de consumo podem negociar o fornecimento diretamente com geradores ou comercializadoras.

“Direto ao ponto: acho que se tiver leilão em 2023 vai ser muito pequeno, nem sei se vale a pena ter. Não é de hoje que o mercado regulado deixou de ser a grande alavanca de investimento”, disse Zampronha, em conversa por vídeo-conferência.

O executivo, que vinha há anos liderando a fabricante dinamarquesa de equipamentos eólicos Vestas na América do Sul e iniciou agora processo de transição para a Omega, lembrou que cerca de dois terços das vendas recentes de turbinas na Vestas foram para atender projetos voltados ao mercado livre.

“Hoje, você tem muitas fontes de demanda, e o mercado regulado vai ser mais uma dessas fontes. Mas vai continuar sendo uma fonte menor que o mercado livre, seguramente”, afirmou.

O modelo de negócio da Omega Desenvolvimento visa criar projetos e fechar a venda da energia junto a clientes para viabilizar a construção dos parques, que depois são oferecidos para aquisição pela Omega Geração quando já operacionais.

Um caminho alternativo para essas vendas é a participação em leilões que têm sido realizados por empresas de energia para comprar energia renovável em contratos de longo prazo.

As estatais Cemig e Copel já realizaram diversos pregões como esses, e a Energia Sustentável do Brasil (ESBR)& que opera a hidrelétrica de Jirau e é controlada pela francesa Engie& também promoveu leilão para comprar energia solar e eólica em contratos longos e reduzir a exposição ao risco hidrológico.

A Omega também mira contratos bilaterais com grandes empresas que buscam reduzir suas emissões de carbono ou garantir suprimento apenas com fontes renováveis.

“Embora a demanda por energia nova esteja muito baixa, porque hoje há um excesso de energia, e sabemos disso, a migração de grandes clientes para fontes renováveis está acontecendo de uma forma muito acelerada”, disse Zampronha, destacando que nem a pandemia reduziu esse movimento.

Esses contratos de energia limpa com empresas devem ser um dos principais fatores a guiar os investimentos em geração no Brasil nos próximos anos, com diversas empresas de energia disputando o apetite por esse tipo de negócio, disseram especialistas à Reuters no início de agosto.

Na frente dos contratos com empresas, a Omega anunciou ainda em julho, antes da chegada do novo CEO, contrato com a gigante do agronegócio Cargill (Imagem: Wikimedia Commons)

Bilaterais

“A curto prazo, vamos ver ainda mais contratos bilaterais, e a gente deve ver alguns leilões privados também”, disse Zampronha, sobre as oportunidades no radar da companhia.

“A Copel fez um leilão nesta semana, Jirau também. E isso enseja outras grandes hidrelétricas que têm problema de risco hidrológico a fazerem o mesmo movimento”, acrescentou ele.

Na frente dos contratos com empresas, a Omega anunciou ainda em julho, antes da chegada do novo CEO, contrato com a gigante do agronegócio 💥️Cargill para construir usinas eólicas no Nordeste que abastecerão com energia limpa terminais portuários da empresa norte-americana em Miritituba e Santarém, no Pará.

“As empresas têm suas políticas de sustentabilidade para colocar em prática e há outras no setor de agrobusiness que em minha opinião podem fazer essa migração”, afirmou Zampronha.

A Omega Desenvolvimento tem uma carteira de projetos eólicos para implantação futura no Maranhão, Piauí e Bahia, com alguns em desenvolvimento também no Ceará, enquanto os empreendimentos solares focam Piauí e Bahia.

Ao anunciar a contratação de Zampronha nesta semana, a Omega destacou o perfil empreendedor do executivo.

Formado em economia pela Universidade de São Paulo (USP), Zampronha acabou contratado para chefiar a Schneider Electric no Brasil em 2013, cerca de três anos depois de ter negociado a venda à companhia de uma empresa de tecnologia criada por ele mesmo, a Soft Brasil.

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