BC dos EUA está perto de revelar nova estratégia para inflação
A taxa de equilíbrio de 10 anos, um indicador para a inflação anual esperada na próxima década calculado sobre os contratos negociados no mercado, está em 1,66%, após atingir a mínima de 0,47% em março (Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque)
O banco central dos 💥️EUA (💥️Federal Reserve) revelará em breve uma mudança sutil, porém profunda, na condução da política monetária na maior economia do mundo, oficialmente adotando uma visão mais flexível sobre a inflação.
Além de ajudar a resgatar a economia dos EUA durante a pandemia do coronavírus, o presidente do Fed, 💥️Jerome Powell, e seu colegas também estão finalizando a primeira revisão do banco central sobre a forma de perseguir o duplo objetivo de pleno emprego e estabilidade de preços, conforme mandato definido pelo Congresso para a instituição.
É um processo que começou no início de 2023 e incluiu audiências por todo o país. Os resultados serão apresentados em breve, talvez em setembro.
“Isso vai sinalizar claramente para o mercado que não só o Fed tolera inflação temporariamente acima de 2%, mas que prefere isso e tentará mirar nessa direção”, explicou Mickey Levy, economista-chefe para os EUA e Ásia na Berenberg Capital Markets.
Outros economistas entrevistados fizeram exatamente a mesma previsão e concordam que muitos integrantes do Fed já perseguem essa estratégia há meses. Os investidores também esperam a mudança.
A taxa de equilíbrio de 10 anos, um indicador para a inflação anual esperada na próxima década calculado sobre os contratos negociados no mercado, está em 1,66%, após atingir a mínima de 0,47% em março.
“O aumento das expectativas de inflação é, em parte, indicativo de que o mercado começa a precificar a mudança do Fed”, disse Bill Merz, estrategista sênior de carteiras e chefe de pesquisa de renda fixa na U.S. Bank Wealth Management, em Minneapolis.
O Fed pode revelar quanto e como vai finalizar a revisão esta semana, quando divulgar a ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) de 28 e 29 de julho.
A mudança na forma como o Fed procura controlar a inflação pode soar modesta, mas é significativa.
O Fed declarou a meta de 2% para a inflação pela primeira vez em 2012 e as autoridades interpretaram que deveriam sempre mirar em 2%, não importa o quanto o resultado ficasse longe disso ou por quanto tempo. Águas passadas, diziam.
Mas a métrica preferida do Fed para a inflação ficou consistentemente abaixo disso, em apenas 1,4% na média desde a introdução da meta.
É um problema frustrante para as autoridades do banco central. Junto com o baixo crescimento econômico, o quadro significa que as taxas de juros permaneceram historicamente baixas, o que reduziu a capacidade do Fed de combater crises econômicas futuras, tornando-as mais profundas e demoradas, destruindo mais empregos e empresas.
A atual recessão, induzida por uma pandemia, é um exemplo perfeito. O limite inferior do intervalo da meta do Fed para a taxa básica de juros estava em apenas 1,5% quando a crise estourou.
A taxa foi reduzida prontamente a zero em dois movimentos em março, mas não foi nem de longe uma resposta suficiente à pior recessão desde a Grande Depressão.
Mais uma vez, o Fed foi forçado a fazer compras gigantescas de títulos de dívida para estabilizar os mercados e reduzir os custos reais de captação. Ainda não está claro se essas medidas serão eficazes.
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