Títulos sociais já se equiparam a títulos verdes, diz Moody’s
Governos e entidades supranacionais impulsionaram o crescimento recorde do mercado de dívida social, mas as empresas estão se aproximando do movimento (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)
A 💥️Moody’s Investors Service elevou em 50% a estimativa para a venda de títulos destinados a financiar projetos com resultados sociais positivos este ano. Os tomadores de recursos seguem emitindo dívidas em ritmo recorde para enfrentar as consequências da pandemia.
A agência de classificação de risco de crédito agora espera que a emissão de títulos sociais e de sustentabilidade no mundo todo chegue a US$ 150 bilhões este ano, comparado a uma projeção inicial de US$ 100 bilhões em maio, de acordo com o relatório de analistas da Moody’s liderados por Matthew Kuchtyak e divulgado nesta segunda-feira.
O total combinado está em “pé de igualdade” com a previsão de US$ 175 bilhões a US$ 225 bilhões para títulos verdes, marcando uma “mudança significativa” em relação ao ano passado, quando a emissão de títulos verdes foi quase quatro vezes maior que a de títulos sociais e de sustentabilidade, segundo Kuchtyak e equipe.
“Os esforços de resposta à pandemia, juntamente com a maior conscientização sobre questões sociais relacionadas a serviços de saúde e desigualdade, continuarão apoiando as emissões ao longo do ano”, escreveu Kuchtyak no relatório.
Governos e entidades supranacionais impulsionaram o crescimento recorde do mercado de dívida social, mas as empresas estão se aproximando do movimento.
A 💥️Alphabet fez a maior emissão de título corporativo dedicado a fins ambientais, sociais e de governança no início deste mês. A expectativa é que outras gigantes da tecnologia sigam seus passos.
O volume de títulos sociais triplicou para US$ 33 bilhões no segundo trimestre, após o recorde anterior de US$ 10,9 bilhões no primeiro trimestre, de acordo com o relatório.
Títulos de sustentabilidade, usados para financiar projetos sociais e verdes, também registraram volume de vendas “extremamente forte”, com US$ 19,1 bilhões emitidos, superando o recorde anterior de US$ 17,1 bilhões atingido no segundo trimestre de 2023.
A venda de títulos verdes — a maior categoria de dívida sustentável em dólares totais — subiu 26% para US$ 47,8 bilhões no segundo trimestre, acrescentou Kuchtyak. Mais amplamente, a emissão global de títulos sustentáveis bateu recorde de US$ 99,9 bilhões no segundo trimestre de 2023, 65% a mais do que no primeiro trimestre do ano, segundo ele.
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