Indígenas voltam a bloquear BR-163 e podem protestar por mais 24 horas
Antes de ser liberada, a estrada ficou interditada desde as 7h de segunda-feira (Imagem: REUTERS/Lucas Landau)
Indígenas kayapós que protestam no km 302 da BR-163, importante rota para o escoamento de grãos do Centro-Oeste, voltaram a bloquear o trecho no início da noite, conforme prometeram, apesar de uma decisão de reitegração de posse da 💥️Justiça Federal, disse uma testemunha da Reuters no local.
No início da tarde, os indígenas que querem mais apoio para lidar com questões relacionadas à pandemia, entre outras reivindicações, haviam reaberto a estrada para a liberação de uma fila quilométrica de caminhões, transportando principalmente grãos no corredor de exportação.
Antes de ser liberada, a estrada ficou interditada desde as 7h de segunda-feira, na região do município de Novo Progresso.
Os indígenas foram notificados pela polícia nesta terça-feira sobre a decisão judicial, que daria aos manifestantes mais cerca de 24 horas para deixar o local, segundo a testemunha da Reuters. Segundo lideranças indígenas, eles vão encerrar o protesto neste prazo.
Não foi possível falar imediatamente com a 5ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Santarém, responsável pelo gabinete de crise que acompanha o caso.
Na segunda-feira pela manhã, quando começou o protesto, havia mais de três quilômetros de filas, principalmente de caminhões que rumavam para o porto fluvial de Miritituba, em Itaituba (PA), de onde barcaças levam grãos até os portos próximos ao rio 💥️Amazonas para serem exportados.
A BR-163 é um corredor logístico vital para a agricultura do Centro-Oeste, e sua paralisação tem potencial de impactar as exportações de cerca de 50 mil toneladas de 💥️soja e💥️ milho que passam diariamente pela rodovia rumo ao porto de Miritituba, afirmou a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
A rodovia é também um importante canal para a importação de insumos. Todos os dias, o Porto de Barcarena (PA) recebe 1,5 milhão de litros de 💥️combustíveis e 300 toneladas de fertilizantes, que são depois transportados para as áreas produtoras de grãos.
“Insumos fundamentais para o agronegócio brasileiro, especialmente neste período de preparativos para o plantio que ocorre nos meses de setembro e outubro”, disse a Abiove.
Os indígenas reivindicam a renovação do Plano Básico Ambiental (PBA), pedem mais atenção para a saúde devido à pandemia de Covid-19 e se posicionam contra a construção da ferrovia Ferrogrão sem que eles sejam ouvidos, uma vez que o projeto prevê a construção dos trilhos perto de suas terras, de acordo com uma testemunha da Reuters no local do protesto.
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