Setor de commodities australiano teme escalada de vetos da China

Exportações

A CBH disse na terça-feira que suas exportações para a China atendem a todos os requisitos e que vai trabalhar com o governo para contestar a decisão (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O setor de 💥️commodities da 💥️Austrália observa com nervosismo seu maior parceiro comercial, a 💥️China, depois que o gigante asiático impôs mais restrições às importações de produtos agrícolas australianos.

No medida mais recente, o maior consumidor mundial de produtos agrícolas suspendeu os embarques da CBH Grain, na Austrália Ocidental, devido a ervas daninhas encontradas nas cargas, de acordo com comunicado da alfândega chinesa.

A CBH disse na terça-feira que suas exportações para a China atendem a todos os requisitos e que vai trabalhar com o governo para contestar a decisão.

A suspensão dos embarques da CBH não deve ter grande impacto no curto prazo, uma vez que as exportações para o país asiático já caíram drasticamente no ano passado em meio à incerteza criada pelas investigações chinesas no setor, e à posterior imposição de tarifas superiores a 80% sobre importações de cevada.

“Em termos práticos, a proibição não significa nada”, disse Ole Houe, diretor-presidente da IKON Commodities, por e-mail.

Ainda assim, é mais um golpe para a Austrália, pois a China neste ano já proibiu embarques de várias processadoras de carne e, nas últimas duas semanas, iniciou duas investigações sobre o setor de vinho.

“A suspensão das exportações também pode ser vista como parte do agravamento mais amplo das relações entre a China e a Austrália”, disse Tobin Gorey, estrategista de commodities do Commonwealth Bank of Australia, em comentários por e-mail.

As proibições e investigações no setor de vinho “só podem servir para reforçar o debate na Austrália sobre a melhor forma de gerenciar essa tensão”, acrescentou.

Produtos de peso

Até agora, os produtos visados na disputa comercial entre China e Austrália são apenas uma fatia das vendas de commodities australianas ao país asiático.

Os itens mais importantes a serem observados são minério de ferro, gás e carvão. Este último foi alvo nas hostilidades comerciais do ano passado.

O carvão australiano enfrentou atrasos nos portos chineses em suspeita de retaliação pelo veto da Austrália à Huawei Technologies.

Bandeira da China

Até agora, os produtos visados na disputa comercial entre China e Austrália são apenas uma fatia das vendas de commodities australianas ao país asiático (Imagem: Pixabay)

Não há evidências até agora neste ano de que a China esteja disposta a interromper os enormes fluxos dessas commodities, das quais depende grande parte de sua indústria. Mas os mercados continuam nervosos.

As frequentes restrições para importação de carvão impostas pelo governo de Pequim são regularmente monitoradas em busca de evidências de que embarques australianos estão sendo visados.

Ajustes nos procedimentos de importação de minério de ferro em maio foram monitorados em busca de sinais de que o governo de Pequim poderia estar criando um mecanismo para desfavorecer cargas australianas.

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