Spread com China é negativo e mercado interno compete por alguns dos mesmos cortes bovinos
Cortes que ficam no mercado doméstico concorrem em preços com os exportados (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)
O frigorífico que conseguia um spread positivo de 9,03% nas exportações de alguns recortes de dianteiros bovinos para a China, em janeiro, viu a inversão para 8,34% negativos no último mês. O mercado interno está concorrendo pelas mesmas peças em valores iguais ou até maiores.
O dilema entre seguir com margens apertadas na exportação ou desviar a carne ao mercado doméstico – e ainda sofrer o risco de os melindrados chineses fecharem as portas –, está posto às indústrias.
Os dados levantados pela StoneX revelam ainda que o prêmio oferecido por aquele mercado será o balizador para as receitas das indústrias.
“A única coisa que acredito que possa apertar demais os frigoríficos é uma redução do prêmio China”, avalia o consultor de gerenciamento de risco, Caio Toledo Godoy.
Agora, ele alerta também que a oferta terá um peso importante. Se a receita cair, mas a originação também, ou seja, a compra do boi, muito bem. Mas se o boi não cai, como está acontecendo, a conversa é outra no financeiro das unidades exportadoras.
Em dólares, o consultor da StoneX lembra, ainda, que a receita com exportações teve uma queda de 31% ao longo do ano, mas em reais o recuo foi de 9%, falando ainda em termos de tonelada para a China.
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