Fim de Renda Brasil eleva risco de nova debandada no Ministério da Economia
Na bronca: caneladas de Bolsonaro em Guedes são cada vez mais frequentes (Imagem: Agência Brasil/ Marcello Casal Jr.)
💥️Apesar de culpar a imprensa por supostamente distorcer o projeto do 💥️Renda Brasil, a ponto de levar o presidente 💥️Jair Bolsonaro a cancelá-lo, o ministro da Economia, 💥️Paulo Guedes, corre o risco de assistir a uma nova debandada na sua equipe. A avaliação é da 💥️MCM Consultores, que divulgou um breve relatório sobre o assunto.
Segundo a consultoria, o fim prematuro do Renda Brasil “não implica necessariamente desistir de ampliar o 💥️Bolsa-Família”. O motivo é simples: Bolsonaro sabe que sua reeleição, em 2023, passa pela criação de um programa social forte, que tenha a marca de seu governo.
Contudo, o Renda Brasil mostra que a austeridade fiscal defendida por Guedes incomoda cada vez mais Bolsonaro, que precisa abrir os cofres, se quiser seguir no Palácio do Planalto até 2026. Por isso, ao contrário de Guedes, que, nesta manhã, procurou se desvincular do cancelamento do programa, a MCM acha que ele foi o principal alvo da decisão de Bolsonaro.
Deu PT…
“A ameaça de cartão vermelho para a equipe econômica é mais uma trombada forte do presidente contra Paulo Guedes”, diz a consultoria. Isto porque, Waldery Rodrigues, o braço direito de Guedes no ministério, defendia publicamente o congelamento do salário mínimo, das aposentadorias e pensões, para que o Renda Brasil não furasse o teto de gastos.
“[Rodrigues] Era o porta-voz do esforço da área econômica para resolver um problema criado pelo próprio presidente”, afirma a MCM, que recorda que até mesmo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assumiu o desgaste político de defender, às claras, o congelamento de aposentadorias e pensões para acomodar o programa pretendido pelo ex-capitão.
Waldery, com Guedes: braço-direito de ministro defendeu publicamente congelamento negado por Bolsonaro (Imagem: Agência Brasil/ Fabio Rodrigues Pozzebom)
“As constantes desavenças públicas entre o presidente e a equipe de Paulo Guedes aumentam o risco de que ocorram novas – e talvez mais abrangentes – debandadas da Economia”, pontua a MCM.
Para a consultoria, o anúncio abrupto do fim do Renda Brasil, feito por Bolsonaro por meio de suas redes sociais, pode até ser capitalizado politicamente por ele, na forma de maior popularidade, mas, visto friamente, mostra o “elevado grau de confusão e de improvisação dentro do governo.”
Proibidão
💥️Pela manhã, em um vídeo veiculado em suas contas sociais, Bolsonaro mostrou-se irritado com as manchetes dos principais jornais de hoje, que destacavam a possibilidade de o governo congelar aposentadorias, salários e pensões para bancar o Renda Brasil.
Visivelmente contrariado, Bolsonaro admitiu a possibilidade de membros da equipe econômica terem passado tais informações aos jornalistas, mas afirmou que quem apresentar uma proposta assim receberá um “cartão vermelho”.
No fim, anunciou o cancelamento do Renda Brasil. “Até 2023, no meu governo, está proibido falar a palavra (sic) ‘Renda Brasil’. Vamos continuar com o Bolsa-Família e ponto final”.
Cara de paisagem
Guedes, se esforçou para se desvincular do fim do Renda Brasil, determinado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta manhã de terça-feira (15), após reunião com o ministro.
💥️“Ele levantou o cartão vermelho [para o Renda Brasil]. O cartão vermelho não foi para mim. Vamos esclarecer isso”, disse Guedes, durante a participação em evento organizado pela Telebrasil, associação que representa as operadoras de telecomunicação.
Participando via internet, Guedes atribuiu a decisão de Bolsonaro a supostas distorções de interpretação do Renda Brasil por parte da imprensa. Segundo o ministro, a imprensa teria deturpado a essência do programa, ao dizer que o governo pretendia “tirar dinheiro dos deficientes, dos aposentado e dos pobres para dar aos mais pobres”, nas palavras de Guedes.
💥️Assista ao vídeo em que Bolsonaro anuncia o fim do Renda Brasil.
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