Dólar sobe após Bolsonaro cancelar Renda Brasil e fecha a R$ 5,28
O dólar à vista subiu 0,27%, a 5,2889 reais na venda (Imagem: Diana Cheng/Money Times)
O 💥️dólar (💥️USDBRL) fechou em leve alta ante o real nesta terça-feira, abandonando queda de mais de 1% registrada mais cedo, com operadores adotando postura mais conservadora diante de novo ruído 💥️envolvendo a equipe econômica e o presidente Jair Bolsonaro, tendo de pano de fundo constantes receios sobre a trajetória das contas públicas.
O dólar à vista subiu 0,27%, a 5,2889 reais na venda. Na máxima, a moeda foi a 5,3007 reais (+0,49%), depois de na mínima (atingida ainda na primeira hora de negócios) descer a 5,221 reais, queda de 1,02%.
Na 💥️B3 (💥️B3SA3), o dólar futuro avançava 0,32% às 17h01, para 5,2900 reais.
O 💥️mercado reagiu com cautela a 💥️declaração de Bolsonaro, em tom irritado, de que o governo não irá mais criar o programa 💥️Renda Brasil e de que continuará apenas com o Bolsa Família.
Bolsonaro, em tom irritado, disse que o governo não irá mais criar o programa Renda Brasil (Imagem: Agência Brasil/ Marcello Casal Jr.)
A decisão de enterrar o programa veio depois de uma série de informações de medidas duras que a equipe econômica estaria analisando para tentar financiar o programa.
“Quem por ventura vier propor para mim medidas como essas eu só posso dar um cartão vermelho para essa pessoa”, disse Bolsonaro. A fala, assim, foi entendida como um recado à equipe econômica, chefiada por Paulo Guedes, que já acumula desgastes no governo, e voltou a colocar na pauta incertezas sobre a permanência de Guedes & visto como fiador de políticas de austeridade fiscal& no cargo.
Porém, durante a tarde, Guedes tentou baixar a tensão ao atribuir a decisão do presidente de acabar com o Renda Brasil a uma posição política que considerou correta após distorção de informação feita pela mídia.
Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia defendido, em entrevista ao Estadão/Broadcast, congelamento temporário de aposentadorias, uma das propostas criticadas por Bolsonaro em vídeo no qual anunciou a desistência do Renda Brasil.
No mercado, o entendimento é que todo esse contexto agrava percepção de dificuldade para se fechar o Orçamento sem riscos a um rompimento do teto de gastos em 2023. A nova “dura” dada por Bolsonaro na equipe econômica, via redes sociais, piora a sensação de perda de força do time de Paulo Guedes nas decisões tomadas pelo presidente Bolsonaro.
No mercado, o entendimento é que todo esse contexto agrava percepção de dificuldade para se fechar o Orçamento (Imagem: REUTERS/ Adriano Machado)
Alguns operadores, contudo, lembraram que o programa Renda Brasil seria uma forma de Bolsonaro deixar um legado em termos de distribuição de renda aos mais necessitados, o que gera dúvidas sobre a real disposição do presidente de abandonar a ideia, em meio a melhora em seus índices de popularidade depois da concessão do auxílio emergencial.
O tom de maior cautela do mercado também se deu na véspera das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, com expectativa de estabilidade nas taxas básicas em ambos os países: 2% no Brasil e zero-0,25% nos EUA.
O tom de maior cautela do mercado também se deu na véspera das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos (Imagem: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)
Mais um dia de pressão no mercado de renda fixa, com aumento de deságio das LFTs (títulos atrelados à Selic) nas negociações do mercado secundário, tampouco ajudou a melhorar os ânimos no mercado cambial.
No médio prazo, contudo, o cenário para o câmbio parece melhor, conforme análises de Bank of America e Morgan Stanley.
Em pesquisa com gestores de fundos da América Latina, o BofA relatou que 65% esperam que o dólar fique abaixo de 5,30 reais ao fim deste ano (contra 59% no mês passado), com 44% vendo a moeda abaixo de 5,10 reais.
Já o Morgan Stanley ainda vê o real como a moeda mais barata no universo emergente, o que, com um posicionamento de mercado “relativamente neutro”, ampara expectativa de alguma alta da divisa brasileira frente ao dólar e a seus pares emergentes.
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