Soja ou milho? Produtores argentinos avaliam preços e clima seco antes de plantio
A BCBA projetou a área de milho 2023/21 em 6,2 milhões de hectares (Imagem: REUTERS/Inaê Riveras)
Os altos preços da 💥️soja podem estimular o plantio da oleaginosa na 💥️Argentina na safra 2023/21, mas as condições secas e os valores também atrativos para o 💥️milho deverão limitar essa expansão, pois muitos agricultores consideram ampliar a participação do cereal de semeadura tardia em seus campos.
A Argentina é a maior exportadora global de óleo e farelo de soja. A oleaginosa é o cultivo que mais gera divisas para o país, competindo com o milho tardio pelos hectares argentinos nos últimos meses do ano.
Em setembro, os preços internacionais da soja atingiram o mais alto nível em dois anos, em um incentivo para os produtores argentinos.
No entanto, analistas afirmam que o prolongamento do clima seco pela primavera e os bons preços do milho devem resultar em um grande plantio do cereal tardio que permite que os produtores aguardem por melhores condições de umidade, impondo um limite ao crescimento do cultivo de soja.
“Os produtores modificaram sua estratégia para se defender do risco da seca e estão diversificando o plantio em vez de ir diretamente à soja, como acontecia antes. Neste ano há uma grande intenção de semeadura de milho tardio”, disse Esteban Copati, chefe de Estimativas Agrícolas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA).
A BCBA projetou a área de milho 2023/21 em 6,2 milhões de hectares, e divulgará na semana que vem suas primeiras estimativas para a soja da nova safra.
“Durante o mês de setembro, o cenário de falta de chuvas continuará predominando”, afirmou Germán Heinzenknecht, meteorologista da Consultoria de Climatologia Aplicada (CCA). “Outubro deverá ser mais ativo (nas chuvas).”
Apesar disso, o especialista destacou que durante a primavera argentina, que começa na segunda-feira, as precipitações serão irregulares.
A Argentina deve registrar nos próximos meses chuvas inferiores às normais, diante de efeitos de uma versão moderada do fenômeno La Niña.
“Vai ser uma safra complicada. O fenômeno La Niña está por aí e sempre é um indicador negativo, mesmo quando não é forte. Creio que vamos seguir em um cenário no qual a pergunta ‘quando vai chover de novo?’ será permanente”, disse Heinzenknecht.
Na semana passada, a Bolsa de Comércio de Rosario (BCR) estimou a área a ser plantada com soja em 2023/21 em 17,3 milhões de hectares, apenas 100 mil hectares a mais do que na safra anterior, com uma colheita projetada em 50 milhões de toneladas.
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