Membro do BCE defende ajuste da meta de inflação
O presidente do Banco da França disse que a meta atual de alta dos preços de “abaixo, mas perto de 2%” é frequentemente interpretada incorretamente (Imagem: Reuters/Ralph Orlowski)
François Villeroy Galhau, membro do 💥️Banco Central Europeu, sinalizou que está aberto a deixar a inflação superar a meta da instituição e mudar a linguagem usada por quase duas décadas para definir o objetivo.
O presidente do Banco da França disse que a meta atual de alta dos preços de “abaixo, mas perto de 2%” é frequentemente interpretada incorretamente como um teto que acionaria mecanicamente uma política de mais aperto. Em vez disso, a meta deve ser vista como “simétrica”, disse em conferência online na sexta-feira.
“Como consequência, podemos estar prontos para aceitar uma inflação superior a 2% por algum tempo”, disse Villeroy. “Devemos examinar se a formulação atual desperta dúvidas sobre isso.”
O BCE conduz a primeira revisão estratégica desde 2003. A instituição com sede em Frankfurt está indiscutivelmente atrasada depois que o 💥️Federal Reserve dos 💥️EUA concluiu a própria avaliação, com a promessa de atingir uma taxa de inflação média de 2%, o que significa que provavelmente manterá uma política monetária mais frouxa por mais tempo.
Essa mudança pode tornar o trabalho do BCE mais difícil ao pressionar o dólar. O euro relativamente mais forte deprime a inflação ao cortar custos de importação e tornar exportações menos competitivas.
A inflação da zona do euro está abaixo de zero pela primeira vez em quatro anos por causa da crise de coronavírus. O BCE passou a maior parte da última década sem conseguir atingir sua meta, apesar de injetar liquidez em larga escala e cortar os juros abaixo de zero.
Todas as vezes que a alta dos preços ultrapassou muito 1,5%, governadores mais favoráveis ao aperto monetário começavam a debater se deveriam suspender o estímulo.
Villeroy disse que o BCE deve julgar a inflação no médio prazo e “não pode ignorar o passado” ao avaliar se está cumprindo seu mandato de estabilidade de preços.
O presidente do Banco da França também sugeriu a possibilidade de mais estímulos monetários à frente. A maioria dos economistas espera que o programa de compra de títulos da pandemia seja expandido neste ano.
“Se necessário, o BCE tem amplo espaço de manobra”, disse. “Não tenha dúvidas sobre nossa determinação em agir o quanto for necessário e sobre nossa capacidade de agir”.
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