Ambev confirma 1ª encomenda de caminhões elétricos para Volkswagen
A encomenda, anunciada nesta sexta-feira pelas companhias, é uma das maiores do tipo no mundo, parte de um plano da Ambev para reduzir sua pegada de carbono (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)
A 💥️Ambev (💥️ABEV3) confirmou a primeira encomenda de 100 caminhões elétricos de entrega urbana para a 💥️Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), parte de um projeto de centenas de milhões de reais para a aquisição de 1.600 veículos elétricos até 2023 pela fabricante de 💥️bebidas.
A Ambev e a unidade de caminhões do grupo alemão Traton anunciaram a intenção da aquisição em 2018 e desde então a tecnologia tem sido testada no país.
A encomenda, anunciada nesta sexta-feira pelas companhias, é uma das maiores do tipo no mundo, parte de um plano da Ambev para reduzir sua pegada de carbono, algo que também inclui 48 usinas de energia solar que a fabricante de bebidas está implementando em seus centros de distribuição.
O volume de caminhões elétricos a serem adquiridos representa atualmente 35% da frota que atua para a Ambev e o plano da companhia é que eles eventualmente substituam os modelos a diesel da empresa.
Os veículos serão comprados por transportadoras que já prestam serviços para a Ambev, que tem como objetivo que o modelo elétrico seja pré-requisito para que empresas logísticas atendam a empresa.
Os primeiros 100 caminhões elétricos da encomenda começam a ser montados em maio de 2023, após a linha de produção da fábrica da VWCO em Resende (RJ) ser concluída entre março e abril. As entregas devem ocorrer a partir do final do primeiro semestre, disse o presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes.
O volume de caminhões elétricos a serem adquiridos representa atualmente 35% da frota que atua para a Ambev e o plano da companhia é que eles eventualmente substituam os modelos a diesel da empresa (Imagem: REUTERS/Divulgação)
Para o veículo, a VWCO se aliou com a fabricante brasileira de motores elétricos Weg e com a chinesa CATL, uma das maiores produtoras de baterias de íons de lítio do mundo. A fabricante brasileira de baterias Moura também integra o desenvolvimento.
Segundo Cortes, a versão elétrica do caminhão é duas vezes e meia mais cara que o modelo da empresa movido a diesel, que tem preço de tabela de 220 mil reais.
Isso porque a empresa está importando a bateria da 💥️China. Só o custo da bateria equivale ao preço de um caminhão convencional, disse o executivo.
“Temos um objetivo de que essa bateria seja produzida no 💥️Brasil“, afirmou Cortes, sem poder precisar quando isso poderia acontecer diante de questões de escala de produção.
Apesar do preço mais alto, Cortes afirmou que o modelo elétrico do caminhão urbano Delivery tem um custo de manutenção 60% menor que a versão a diesel ante cálculos iniciais da ordem de economia de 50%. Enquanto isso, o custo de operação, formado principalmente por combustível, é 68% menor que o modelo a combustão.
Segundo Cortes, a bateria do caminhão elétrico tem autonomia para 200 quilômetros com o veículo carregado. Como os freios regenerativos devolvem até 43% da energia, os veículos podem circular fazendo entregas durante o dia sendo recarregados durante a noite nos centros de distribuição.
Para o vice-presidente de sustentabilidade e suprimentos da Ambev, Rodrigo Figueiredo, como os custos de propriedade dos caminhões elétricos são menores, “ao longo da vida útil do caminhão acaba compensando” o preço maior de aquisição em relação aos modelos a 💥️diesel.
Figueiredo não revelou o valor do investimento da Ambev no projeto, mas afirmou que só nos últimos cinco anos a companhia aplicou cerca de 1 bilhão de reais em iniciativas voltadas à sustentabilidade socioambiental. Segundo o executivo, os caminhões elétricos serão usados inicialmente nos Estados de 💥️São Paulo e💥️ Rio de Janeiro.
A confirmação da encomenda vai na contramão de defesas de relaxamento de compromissos de redução de gases estufa acertados anos atrás por governos e companhias do mundo.
Em agosto, por exemplo, o governo alemão admitiu que não teria cumprido sua meta climática de 2023 se o dano econômico causada pela pandemia de 💥️coronavírus não tivesse provocado uma queda acentuada das emissões de gases de efeito estufa.
Cortes afirmou que a VWCO tem conversado com “vários outros interessados” no caminhão elétrico, incluindo de países onde a empresa atua na América Latina, mas afirmou que por motivo de confidencialidade das negociações ainda não poderia citar nomes. “Não são só empresas de bebidas e alimentos, mas de entrega urbana, empresas logísticas”, afirmou o executivo.
Do lado da Ambev, que tem atuação em todas as Américas, Figueiredo afirmou que a companhia tem como política compartilhar boas práticas com outras regiões, mas que “a projeção que estamos fazendo, neste momento, é de continuar no desenvolvimento da tecnologia aqui do Brasil”.
O executivo citou o Chile, por exemplo, onde a empresa está desenvolvendo um projeto de caminhões que usam como combustível gás liquefeito, que é menos poluente que o diesel.
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