Antes da pandemia, renda média dos brasileiros era de R$ 1.650,78
A renda representa os valores com os quais as famílias contam no dia a dia (Imagem: Reuters/Ricardo Moraes)
A renda disponível familiar per capita (RDFPC) média em 2017 e 2018 era R$ 1.650,78, mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do 💥️Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (💥️IBGE) sobre o perfil das despesas no 💥️Brasil, divulgada hoje (25) no Rio de Janeiro.
A maior contribuição para a média foi do componente monetário (R$ 1.434,15 ou 86,9% do total). Em seguida, aparece o componente não monetário, com R$ 379,97 ou 23%. Os impostos diretos, contribuições e outras deduções reduziram a média em R$ 163,34 ou 9,9%, de acordo com os técnicos do IBGE.
A renda representa os valores com os quais as famílias contam no dia a dia. A POF 2017/2018 foi coletada entre os dias 11 de julho de 2017 e 9 de julho de 2018. Seu foco é a qualidade de vida das famílias, sob a ótica monetária, da renda e da despesa.
Por despesas monetárias compreende-se aquelas feitas por meio de pagamento à vista ou a prazo, em dinheiro, cheque ou com 💥️cartão de crédito.
As despesas não monetárias são feitas sem pagamento monetário, ou seja, são aquisições obtidas por meio de doação, retirada do negócio, troca, produção própria, esclareceu o IBGE.
Na renda não monetária estão incluídos valores de bens e serviços providos pelo governo, instituições e outras famílias, assim como o aluguel estimado (valor sugerido de aluguel, segundo opinião do informante) para os domicílios próprios, caso fossem alugados.
A despesa total (monetária e não monetária) per capita mensal das famílias brasileiras foi R$ 1.667,90 no período de 2017 a 2018, de acordo com a POF.
Por sexo, a despesa total per capita atingiu R$ 1.764,73 para homem e R$ 1.524,17 para famílias chefiadas por mulher, 12,4% menor. Para os brancos, a despesa total por habitante somou R$ 2.279,19, caindo para R$ 1.207 para pretos e pardos.
A pesquisa revela que a despesa corrente mensal per capita das famílias totalizou R$ 1.554,06. Nas famílias que tinham o homem como ponto de referência, as despesas correntes por indivíduo foram de R$ R$ 1.635,70/ mês e R$ 1.432,88 para mulher.
Para brancos, as despesas correntes por indivíduo foram de R$ 2.110,69 e, para pretos e pardos, R$ 1.134,25.
Consumo
Considerando o nível de instrução, a despesa total mensal familiar per capita atingiu R$ 1.018,68 para aquelas com ensino fundamental incompleto (Imagem: Reuters/Pilar Olivares)
As despesas de 💥️consumo mensais das famílias por habitante ficaram em R$ 1.370,53, com R$ 1.429,31 para famílias chefiadas por homem e R$ 1.283,29 por mulher.
Para brancos, as despesas de consumo alcançaram R$ 1.833,47 e para pretos e pardos, R$ 1.020,96. Nessas despesas, a 💥️habitação foi o grupo que respondeu pela maior parcela (R$ 466,34), seguindo-se gastos com 💥️transporte (R$ 234,08) e 💥️alimentação (R$ 219,44).
Considerando o nível de instrução, a despesa total mensal familiar per capita atingiu R$ 4.230,44 para pessoas com ensino superior completo e R$ 1.018,68 para aquelas com ensino fundamental incompleto. Para os sem instrução, a despesa total per capita mensal foi de R$ 776,29.
Ainda levando em conta o grau de instrução, as despesas correntes mensais por indivíduo evoluíram de R$ 729,62 para pessoas sem instrução, até R$ 3.862,26, para quem tinha grau superior completo à época da sondagem.
Do mesmo modo, as despesas de consumo familiar mensal per capita foram maiores para aqueles com ensino superior completo (R$ 3.166,48), do que para os sem instrução (R$ 689,03).
O item habitação foi a despesa de consumo que pesou mais para todos os níveis de instrução: R$ 239,51 (sem instrução), R$ 305,49 (ensino fundamental incompleto), R$ 377,75 (fundamental completo), R$ 324,52 (ensino médio incompleto), R$ 449,99 (médio completo), R$ 651,94 (ensino superior incompleto) e R$ 1.110,19 (superior completo).
Comparando os grupos alimentação e transporte, a POF 2017/2018 indica que o primeiro item pesou mais para os indivíduos sem instrução e para aqueles com fundamental incompleto e completo e ensino médio incompleto, enquanto o item transportes teve maior peso nas despesas de consumo mensais dos indivíduos com curso médio completo e com ensino superior incompleto e completo.
Renda mínima
Por grandes regiões, a renda mínima familiar mensal per capita era maior no Sudeste (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)
A POF 2017/2018 mostra também que a renda mínima familiar mensal disponível no período e equivalente, em média, a 80,7% da RDFPC, apresentou média por indivíduo de R$ 1.331,57 no Brasil, distribuída em R$ 1.223,97 na área urbana e R$ 107,60 na área rural.
Por grandes regiões, a renda mínima familiar mensal per capita era maior no Sudeste (R$ 671,73), caindo para R$ 250,33 no Nordeste, R$ 215,54 no Sul, R$ 117,12 no Centro-Oeste e R$ 76,86, na Região Norte.
Por renda mínima, entende-se aquela citada pelo informante como o rendimento mensal familiar necessário para chegar até o fim do mês.
A pesquisa informa que entre os 10% da população com menores rendimentos, a renda mínima (R$ 470,29) era quase o dobro da disponível (R$ 244,62), Entre os mais pobres, o componente não monetário representava, à época analisada, 42,5% da renda disponível.
Segundo o IBGE, a apropriação da renda pelos 10% mais ricos é três vezes a apropriação da renda dos 40% mais pobres.
“Enquanto a contribuição média para a RDFPC dos quatro primeiros décimos foi de R$ 215,30, no último décimo o valor foi de R$ 629,37.
Assim, a renda disponível dos 10% mais ricos ficou em R$ 6.294,83 e a renda dos 40% mais pobres em R$ 538,22. Ou seja, são necessárias 12 pessoas dos quatro primeiros décimos para se obter, em média, a renda de uma pessoa do último décimo”.
Detalhes
Por sexo, predominava a renda mínima mensal de famílias chefiadas por homem (Imagem: Agência Brasil/Cristiano Antonucci)
Considerando a composição demográfica, a maior renda mínima familiar mensal por indivíduo era observada na faixa etária de 25 a 49 anos de idade (R$ 615,61), seguida pela faixa de 50 a 64 anos (R$ 438,95), 65 anos ou mais ( (R$ 249,64) e até 24 anos (R$ 27,39).
Em termos de raça, percebe-se que a renda mínima mensal dos brancos no período analisado era R$ 716,66 per capita, contra R$ 589,67 de pretos e pardos.
Com base na RDFPC, a renda apresentada pelos brancos no período subia para R$ 928,32 e a dos pretos e pardos para R$ 689,86.
Os pesquisadores do IBGE constataram que apesar de numeroso, representando 57,2% da população, o grupo de pretos e pardos se apropria de apenas 41,8% da RDFPC do Brasil, com média de R$ 1.206,76, o que corresponde a 73,1% na média nacional.
Por sexo, predominava a renda mínima mensal de famílias chefiadas por homem (R$ 822,58), em detrimento de famílias lideradas por mulher (R$ 508,99). A renda disponível familiar ✅per capita era, em 2017 e 2018, de R$ 1.039,21 para homem e R$ 611,57 para mulher.
A contribuição desse grupo de famílias chefiadas por mulheres foi de 38,2% e de 37% para as médias da renda mínima familiar por pessoa e da RDFPC, respectivamente, mostra a sondagem.
Pelo nível de instrução, a maior renda mínima era apresentada por quem tinha ensino superior completo (R$ 413,17), seguindo-se ensino médio completo (R$ 336,66) e ensino fundamental incompleto (R$ 325,07).
Renda líquida
Números refletem as diferenças nas remunerações e nas taxas de participação de homens e mulheres (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)
Na análise da composição da renda líquida de cada subgrupo e da população como um todo, a pesquisa mostra que a média da renda líquida do trabalho familiar ✅per capita no Brasil era R$ 939,70, sendo 63,7% dessa média atribuídas aos homens (R$ 598,28) contra 36,3% dos rendimentos do trabalho, ou o correspondente a R$ 341,42, atribuídos às mulheres.
Segundo o IBGE, esses números refletem as diferenças nas remunerações e nas taxas de participação de homens e mulheres no mercado de trabalho.
Segundo a POF, as mulheres dominam parcela maior dos rendimentos do trabalho apenas em três subgrupos onde sua presença é marcante.
Esses subgrupos são representados pelas linhas mulher R$ 176,86 (ou 58,8% de R$ 300,70), um adulto com pelo menos uma criança R$ 9,97 (ou 82,5% de R$ 12,09) e empregado doméstico R$ 15,40 (ou 56,20% de R$ 27,38).
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