Países devem redesenhar progresso e reduzir pressão sobre o planeta
O poder que nós, humanos, exercemos sobre o planeta não tem precedentes, adverte chefe mundial do Programa das Nações Unidas (Imagem: Unsplash/@nasa)
Países ricos e pobres devem redesenhar suas trajetórias de progresso e diminuir a pressão humana sobre o planeta, sinaliza relatório lançado nesta terça-feira (15) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O documento inclui um novo índice experimental sobre o progresso humano. Ele reúne informações sobre as emissões de dióxido de carbono e a pegada material dos países (medida de extração de matéria-prima no mundo para atender à demanda nacional).
“O poder que nós, humanos, exercemos sobre o planeta não tem precedentes. Diante da 💥️Covid-19, de temperaturas que quebram recordes históricos e de uma desigualdade que vem se reproduzindo, é chegado o momento de usar esse poder para redefinir o que entendemos como progresso, para que nossas pegadas de carbono e consumo não permaneçam ocultas”, disse Achim Steiner, chefe mundial do PNUD.
O 30º Relatório de Desenvolvimento Humano, “A Próxima Fronteira: Desenvolvimento Humano e o Antropoceno”, considera que as pessoas e o planeta estão entrando em uma era geológica inteiramente nova, o Antropoceno ou era dos humanos.
Saúde e educação
O documento apresenta uma variante experimental do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
De acordo com o PNUD, ao ajustar o IDH, que mede a saúde, a educação e o padrão de vida dos países, para incorporar dois outros elementos — emissões de dióxido de carbono e pegada material dos países & , o novo índice mostra a transformação que pode ocorrer no campo do desenvolvimento se o bem-estar das pessoas e a integridade do planeta forem considerados conjuntamente para definição do progresso humano.
O levantamento se refere ao ano de 2023 e, portanto, ainda não avalia os impactos da pandemia de Covid-19 no desenvolvimento humano.
Entretanto, já projeta uma quebra na curva ascendente dos países nas dimensões humanas para o próximo relatório, o que pode indicar que a atual pandemia é resultado do desequilíbrio ambiental.
Segundo a pesquisa, as novas estimativas preveem que, até o ano 2100, os países mais pobres poderão enfrentar até mais 100 dias de clima extremo por ano devido à mudança global do clima.
Para o PNUD, esse número pode ser cortado pela metade se o 💥️Acordo de Paris for totalmente implementado.
Brasil
O Brasil caiu cinco posições em relação ao índice medido em 2023 (Imagem: Robert Nyman/Unsplash)
Segundo o novo índice ambiental, o 💥️Brasil sobe dez posições no ranking neste IDH específico. Segundo o relatório, o índice não significa um avanço do país ao considerar a pressão ao meio ambiente.
Atualmente, o Brasil está na 84ª posição no ranking do IDH entre 189 nações e se encontra no grupo dos considerados com alto desenvolvimento humano. O Brasil caiu cinco posições em relação ao índice medido em 2023.
Enfrentamento
O relatório indica, ainda, que essas desigualdades poderiam ser enfrentadas com ações do setor público e oferece exemplos que vão desde a aplicação de regimes fiscais mais progressivos à proteção das comunidades costeiras por meio de investimentos preventivos e mecanismos de seguro, medidas que poderiam proteger até 840 milhões de pessoas nas regiões costeiras do mundo.
Para o PNUD, no entanto, esforços devem ser feitos de forma articulada para que as medidas adotadas não contribuam ainda mais para o confronto das pessoas com o planeta.
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