Pressão regulatória faz com que grandes corretoras deslistem criptomoedas de privacidade

Geralmente chamadas de “moedas de privacidade”, o futuro das criptomoedas anônimas parece cada vez mais incerto: autoridades estão intensificando medidas antilavagem de dinheiro e pressionando corretoras a removerem moedas como monero, zcash e dash (Imagem: Medium/Tezos Commons)

Neste momento, 💥️criptomoedas anônimas são legais em grande parte dos países.

É improvável que isso continue assim, dado o crescente foco no uso de 💥️criptomoedas em lavagem de dinheiro e ataques de ransomware.

É provável que, conforme mais corretoras centralizadas tentam se legitimar, irão abrir mão dessas moedas anônimas, dada a atenção negativa que atraem das autoridades.

A tendência de deslistagem começou em 2023, quando as corretoras 💥️OKEx Korea e 💥️Upbit interromperam a negociação de moedas de privacidade e a 💥️BitBay deslistou monero (XMR) em 💥️novembro do mesmo ano.

Em abril de 2023, 💥️Huobi Korea deslistou monero e, em junho, os pares com XMR foram suspensos na 💥️Bithumb.

Em 2023, o ritmo está acelerando. No fim de dezembro, 💥️Bittrex, 💥️corretora cripto com sede em Seattle, 💥️anunciou que irá deslistar as moedas de 💥️privacidade 💥️monero (💥️XMR), 💥️zcash (💥️ZEC), 💥️dash (💥️DASH) e 💥️grin (💥️GRIN).

Usuários da Bittrex devem realizar negociações com essas moedas até o dia 15 de janeiro.

O anúncio das deslistagens foi publicado no blog da empresa. Nenhum motivo específico sobre a decisão foi fornecido mas, após a publicação, a corretora também compartilhou novamente sua 💥️Política de Remoção de Mercados & Tokens:

Existem circunstâncias em que a Bittrex pode decidir remover um token da Bittrex Exchange. A Bittrex se reserva no direito de remover qualquer token ou mercado de sua Corretora por qualquer motivo e sem aviso prévio.

Bittrex seguiu a decisão drástica de outra corretora americana, 💥️ShapeShift, em deslistar todas as três moedas de privacidade. Em novembro de 2023, ShapeShift 💥️afirmou ter tomado essa decisão para “remover o risco da empresa de um ponto de vista regulatório”, mas sugeriu que podem reavaliar a situação no futuro.

As deslistagens na ShapeShift e na Bittrex são, em parte, uma resposta a 💥️uma série de novas propostas regulatórias nos 💥️EUA que irão afetar a legalidade de moedas de privacidade no país.

Em dezembro de 2023, a Rede de Combate a Crimes Financeiros (💥️FinCEN) dos EUA publicou uma proposta regulatória que exige 💥️requisitos de identificação e restrições de valor para transações que envolvam carteiras cripto autocustodiais.

FinCEN quer que bancos, corretoras cripto e outras empresas de serviços monetários coletem dados de identificação de qualquer pessoa que queira transferir US$ 30 mil de uma carteira “não custodial”.

💥️Coin Center, grupo de defesa cripto, descreve uma carteira não custodial como “aplicações de software que permitem que usuários realizem transações pseudônimas e pessoais com criptoativos pela internet sem o uso de um intermediário financeiro”.

Essa regra sugere a extensão de regras de “conheça seu cliente” (KYC) e antilavagem de dinheiro (AML) relacionadas a carteiras custodiadas por corretoras a cidadãos americanos que desejem converter fiduciárias por cripto ou movimentar “moedas virtuais e conversíveis” (CVCs) para carteiras de armazenamento frio.

💥️Se você é contra as criptomoedas,
também é contra o progresso

FinCEN diz que medidas “essenciais e significativas de segurança nacional” estão por trás da decisão e que autoridades americanas descobriram que agentes maliciosos estão “cada vez mais usando CVCs para facilitar o financiamento ao terrorismo, a proliferação de armas, a evasão de sanções e lavagem de dinheiro transnacional em todo o mundo, bem como a compra e a venda de substâncias controladas, documentos de identificação e dispositivos de acesso roubados e fraudulentos, bens falsificados, malwares e outras ferramentas computacional de hack, armas de fogo e substâncias tóxicas”.

FinCEN é o órgão regulatório americano que visa evitar a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo nos EUA (Imagem: FinCEN)

Em uma publicação, a empresa de análise e perícia em blockchain 💥️CipherTrace destaca que as novas regras indicam que bancos e empresas de serviços monetários “não poderão completar a transmissão de fundos até o registro de dados e a verificação estiverem completos”.

É por isso que moedas de privacidade, mais do que outras criptomoedas, cairão sob o escopo das novas regulamentações propostas, pois usam a tecnologia de anonimidade, como provas de conhecimento zero (ZKPs) e assinaturas circulares (“ring signatures”), para ofuscar informações de uma transação cripto sobre a identidade dos transferidores e beneficiários.

Na 💥️proposta regulatória, a FinCEN cita moedas de privacidade específicas, ou Moedas de Anonimidade Melhorada (AECs), como potencialmente problemáticas sob a nova lei proposta, afirmando que diversos tipos de AEC — como monero, zcash, dash, 💥️komodo e 💥️beam — estão “crescendo cada vez mais em popularidade e apresentam diversas tecnologias que inibem a capacidade dos investigadores tanto em identificar uma atividade de transações usando dados de 💥️blockchain como para atribuir essa atividade a atividades ilícitas realizadas por pessoas físicas”.

A proposta também explica:

Apesar de relativamente menores em comparação a grandes redes CVCs, AECs têm uma conexão bem-documentada atividades ilícitas.

Por exemplo, AECs foram usadas na lavagem de bitcoins pagos à carteira usada no ataque de ransomware Wannacry. AECs são aceitas em diversos mercados da dark net e as maiores redes de malware de mineração de criptomoedas continuam minerando monero, um tipo de AEC.

Agora que moedas de privacidade estão sob o escopo de autoridades americanas e corretoras, como Bittrex, decidem tomar uma abordagem mais segura ao deslistarem moedas possivelmente problemáticas, 💥️alguns projetos mantêm sua posição.

💥️Dash, uma das moedas de privacidade deslistadas pela Bittrex, anunciou que entrou em contato com a equipe de compliance da Bittrex e explicaram: “a partir de um ponto de vista técnico, a funcionalidade de privacidade do Dash não é maior que a do 💥️bitcoin, tornando o rótulo de ‘moeda de privacidade’ em um termo errôneo para dash”.

Embora DASH tenha sido rotulada como uma moeda de privacidade, assim como XMR e ZEC, apenas uma pequena porcentagem de transações no blockchain Dash usa o 💥️serviço de mixing PrivateSend Coin, um recurso de anonimidade da rede.

Em 5 de janeiro, houve 💥️28.977 transações na rede e 💥️apenas 153 usaram PrivateSend (0,5%).

💥️Tyler Winklevoss, fundador da 💥️Gemini, outra grande corretora cripto americana, 💥️tuitou em suporte da moeda de privacidade ZEC após a deslistagem da Bittrex. Em 2 de janeiro, ele disse:

Zcash $ZEC é, sem dúvidas, a cripto mais subestimada agora. Leva privacidade ao dinheiro, o que é um alicerce fundamental de uma sociedade livre e aberta. Estou orgulhoso que a @Gemini apoia esse projeto nobre com a aprovação da @NYDFS.

Zcash $ZEC is easily the most underrated crypto right now. It brings privacy to money, which is a fundamental building block of a free and open society. Proud that @Gemini supports this noble project with @NYDFS approval.

— Tyler Winklevoss (@tyler) January 1, 2023

É importante destacar que Zcash possui aprovação para ser negociada na corretora pelo Departamento de Serviços Financeiro de 💥️Nova York (💥️NYDFS).

💥️Clique aqui para conferir quais são as cinco principais criptomoedas de privacidade do mercado.

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