Chama o Max: Novos tempos requerem uma nova mentalidade
“A B3 está fazendo a sua parte”, diz o colunista
O ano de 2023 será marcado como a maior temporada de 💥️IPOs já vista no mercado de ações brasileiro.
Em menos de dois meses, 15 empresas já debutaram na 💥️B3, atraindo bilhões de reais de investidores encantados por negócios diferentes e com grande potencial de crescimento.
Considerando que há mais de 30 companhias que protocolaram seus pedidos de oferta púbica inicial junto à 💥️CVM e uma grande expectativa de IPOs para o segundo semestre, tudo caminha para batermos o recorde de 2007, quando tivemos 64 novas empresas ingressando na Bolsa.
Será que vamos atingir a marca 💥️de 100 IPOs este ano? Seria importante para a B3, que está cada vez mais diversificada; mas ainda há muito espaço para evoluir.
Só para efeito de comparação, hoje temos um pouco mais de 400 empresas listadas; nos 💥️EUA, são 5.700 companhias na NYSE e na Nasdaq. O S&P, índice mais importante da Bolsa americana, possui 500 ações, cobrindo boa parte do PIB dos EUA. Nosso Ibovespa possui 67 empresas e está longe de ser uma boa proxy do PIB brasileiro.
Muito concentrado em ações ligadas a 💥️commodities e 💥️bancos, o 💥️Ibovespa não espelha a diversidade da economia brasileira. No entanto, esses novos IPOs estão nos dando uma ponta de otimismo, já que, em um futuro não tão distante, poderemos ver o principal índice brasileiro renovado e mais plural.
Dois setores despontam como aspirantes a ganhar espaço na Bolsa nos próximos anos. O primeiro deles é o setor de 💥️tecnologia. Várias empresas ligadas a esse segmento da nossa economia lançaram suas ações recentemente, como 💥️Mosaico (💥️MOSI3), 💥️Neogrid (💥️NGRD3), 💥️Méliuz (💥️CASH3), 💥️Enjoei (💥️ENJU3) e as varejistas online 💥️Mobly (💥️MBLY3) e 💥️Westwing (💥️WEST3).
Todas elas apresentam três características que vêm soando como música aos ouvidos dos investidores: modelos de negócio escaláveis, amplo potencial de crescimento e tecnologia/inovação.
Outro setor que pode despontar como um dos protagonistas nesta nova onda de IPOs e ganhar mais jardas na Bolsa brasileira é o 💥️agronegócio. Por muito tempo, 💥️SLC Agrícola (💥️SLCE3), 💥️São Martinho (💥️SMTO3), 💥️BrasilAgro (💥️AGRO3) e 💥️Terra Santa (💥️TESA3) brilharam sozinhas como as representantes do setor na B3. Muito pouco para um segmento tão importante e que nos últimos anos vem sendo o motor da nossa economia, carregando o nosso PIB nas costas há dez anos pelo menos.
Novas empresas do agronegócio estão chegando, como Agrogalaxy, Boa Safra Sementes, Vittia Fertilizantes e CTC (Centro de Tecnologia Canavieira). Esta última, que apresenta forte crescimento de receita, margens altas e acionistas de peso, é bem promissora.
💥️A B3 está fazendo a sua parte, atraindo novas companhias que buscam no mercado de capitais formas de financiar o seu crescimento.
Mas será que os investidores estão fazendo a sua parte? Ou o oba-oba em torno dos IPOs está cegando boa parte deles, em busca de ganhos rápidos, mas que podem ser efêmeros?
Muitas empresas estão chegando e chegarão à Bolsa. Isso é muito positivo. No entanto, a separação do joio do trigo se faz cada vez mais necessária.
Assim, tenho algumas dicas importantes na hora de fazer esta seleção de ações e decidir em qual IPO você deve apostar as suas fichas:
Fazendo-se essas perguntas e obtendo as respostas, você analisará o negócio, adquirindo a confiança de investir naquela empresa não para um mês, mas para um horizonte de pelo menos um ano.
Esta é a mudança de mentalidade que eu gostaria de ver nos investidores pessoas físicas. Muitos só querem lucros imediatos, sem ter a devida paciência para acompanhar a tese de investimento e ser sócio daquele negócio.
Você não vai ficar rico em um IPO. Cada vez mais, o sistema impede a festa dos “flippers” (que vendem a ação no primeiro dia de negociação), instituindo o lock-up de 40 dias, que dá ao investidor que optou por esse modelo predileção na alocação da oferta.
Corretamente, as companhias estão interessadas em quem acreditou nelas e quer acompanhá-las em seu crescimento. A jornada é longa. Investimento em ações requer paciência e foco no longo prazo.
Damos as boas-vindas às novas empresas da Bolsa. Precisamos de um mercado mais desenvolvido, porém aproveite o momento especial para desenvolver também a sua mente como investidor.
Menos especulação e mais investimento. Tenha isso sempre em mente na hora de decidir em qual IPO entrar.
Grande abraço,
Max Bohm.
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