Bolsonaro diz que STF impôs estado de sítio ao Brasil via prefeituras

“O Supremo decidiu que as competências são concorrentes. A palavra é bonita, mas quem decide no fim não sou eu, é o prefeito. Se o governador não quiser fechar é o prefeito que decide”, reclamou Bolsonaro (Imagem: Marcos Corrêa/PR)

O presidente 💥️Jair Bolsonaro reclamou do 💥️Supremo Tribunal Federal (💥️STF) mais uma vez e afirmou nesta quinta-feira que a corte deu a prefeitos “superpoderes” para fechar comércio e restringir circulação que, na visão dele, só existiriam em um estado de sítio.

Medidas restritivas como fechamento de comércio vem sendo adotadas desde o ano passado em Estados e municípios de todo o 💥️Brasil numa tentativa de frear a disseminação da💥️ Covid-19, doença que já matou quase 260 mil pessoas no Brasil, mais de 1.900 delas entre terça e quarta-feira. Bolsonaro é crítico dessas medidas.

“O Supremo decidiu que as competências são concorrentes. A palavra é bonita, mas quem decide no fim não sou eu, é o prefeito. Se o governador não quiser fechar é o prefeito que decide”, reclamou Bolsonaro ao conversar com apoiadores em Uberlândia (MG), onde desceu para viajar a São Simão (GO), onde inaugura um trecho da ferrovia norte-sul.

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“Deram superpoderes que só no estado de sítio existe. E assim mesmo não é decisão do presidente. O presidente baixa um decreto e o Congresso que vai decidir se vale ou não estado de sítio. Impuseram estado de sítio no Brasil via prefeituras. Isso está errado. Estamos preocupados com mortes, sim, mas sem pânico. A vida continua”, continuou.

Bolsonaro, até hoje, voltou suas baterias contra os governadores, a quem responsabilizava pelos decretos de restrição de circulação para frear o coronavírus.

Na semana passada, voltou a ataque contra os 💥️Estados, divulgando dados distorcidos de repasses federais aos entes e insinuando que a maioria seria para a combate à Covid-19, levantando suspeitas de como haviam sido usados.

A reação dos governadores foi dura e, em uma carta assinada por 19 dos 27, acusaram Bolsonaro de criar conflitos e distorcer informações.

Jair Bolsonaro

Bolsonaro, até hoje, voltou suas baterias contra os governadores, a quem responsabilizava pelos decretos de restrição de circulação para frear o coronavírus (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Nos últimos dias, o presidente voltou as acusações aos prefeitos, a quem agora diz serem os responsáveis pelas políticas de quarentena.

Vacinas

Bolsonaro confirmou ainda que o governo irá comprar as vacinas da Pfizer, depois de vários meses de negociações. O presidente se recusava a fechar o contrato por discordar de uma cláusula em que a empresa pedia que os governos assumissem os riscos de eventuais processos no caso de efeitos colaterais da vacina.

“Por que o Pazuello (Eduardo, ministro da Saúde) assinou ontem contrato com a Pfizer? A Pfizer é clara, está lá no contrato: não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral”, afirmou. “Então, já que o Congresso falou que pode comprar essa vacina, o Pazuello ontem assinou o contrato. Vamos comprar. No mês que vem, não sei a quantidade, mas vai chegar já alguns milhões no Brasil”, disse.

Pfizer

Bolsonaro confirmou ainda que o governo irá comprar as vacinas da Pfizer (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Foto ilustrativa)

Na verdade, a previsão é de que 9 milhões de doses do imunizante de duas doses sejam entregues apenas em junho, e outros 91 milhões ao longo do segundo semestre, mas o contrato com a farmacêutica norte-americana, cuja vacina contra Covid-19 já tem registro junto à 💥️Agência Nacional de Vigilância Sanitária (💥️Anvisa), ainda não foi assinado.

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