Mercado de soja não tem espaço para quebra de safra e cenário favorece SLC
A cotação da soja na bolsa de Chicago atingiu um patamar acima de 14,40 dólares por bushel recentemente (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)
O mercado global de 💥️soja, que está nos maiores patamares em quase sete anos após safras frustradas, deve seguir sustentado nas próximas temporadas, exigindo expansão de área plantada além de ganhos de produtividade e clima favorável, diante da forte demanda, avaliou o presidente-executivo de uma das maiores companhias agrícolas do Brasil.
Segundo Aurélio Pavinato, que está no comando da 💥️SLC Agrícola (💥️SLCE3), o cenário de preços também favorece a empresa do ponto de vista do 💥️câmbio, e a companhia espera capturar integralmente a força do dólar frente ao real nas próximas safras, uma vez que trava seus custos antecipadamente.
“A demanda continua crescendo e vai continuar crescendo. A produção vai ser capaz de atender a esse consumo? Em condição de clima normal, vai. Vai demandar expansão de área, não somente aumento de produtividade e clima normal para atender essa demanda”, afirmou Pavinato, em teleconferência para comentar os lucros de 2023.
Ele comentou que a produção “não tem atingido o seu objetivo”, diante de quebras de safras nos maiores produtores, como Brasil, Estados Unidos e Argentina, e “isso tem colocado pressão sobre os preços”.
A cotação da soja na bolsa de Chicago atingiu um patamar acima de 14,40 dólares por bushel recentemente, valor não visto desde junho de 2014 no mercado que é referência global, com asiáticos, não somente a 💥️China, elevando a demanda.
“O Brasil está expandindo 1,5 milhão de hectares (de soja em 2023/21) para atender a demanda… mas não tem espaço para quebra de safra. Se for safra normal, cheia, ok, o preço talvez siga o que está colocado na tela hoje, preço ‘spot’ 14 (dólares), futuro está 12. Talvez volte para 11, 12 o preço spot”, comentou.
Em eventual nova quebra de safra, os preços devem se sustentar nos patamares de hoje, acrescentou o executivo, ressaltando que comentário referente ao mercado de soja vale para o milho. “O milho está conectado com a soja, as culturas disputam área nos Estados Unidos”, comentou.
Com a colheita de soja da safra atual (2020/21) já finalizada e resultados dentro da meta em Mato Grosso (Imagem: Reuters/Stringer)
Na mesma linha, ele ressaltou que fica mais difícil de o algodão “comprar” área de soja e milho, especialmente nos EUA.
“A recuperação dos preços dos grãos dá suporte ao algodão. O preço alto de soja e milho faz com que o produtor plante mais nos EUA. Mesmo que o algodão esteja mais alto, ele não tem poder de comprar expansão”, disse, também prevendo cotações firmes para a pluma, outro importante produto da SLC.
Sobre o algodão, cujos preços estão acima de 80 centavos de dólar por libra-peso na bolsa de Nova York, Pavinato admitiu que a recuperação em plena pandemia foi uma “surpresa”, que acabou ocorrendo também por safras menores no hemisfério norte, e agora por uma recuperação do mercado de petróleo, que melhora a competitividade da pluma ante a fibras sintéticas.
“É uma novidade muito boa para o nosso negócio. Para nós, algodão acima de 60 centavos é bom preço, acima de 80 é excelente.”
Captura do Câmbio
Com a colheita de soja da safra atual (2020/21) já finalizada e resultados dentro da meta em Mato Grosso, apesar dos problemas climáticos que afetaram o setor, Pavinato ressaltou que a empresa já começa a se preparar para próxima temporada, quando espera manter “margens em níveis elevados”.
“Já começamos a desenhar a safra 21/22, com compra de insumos, onde estamos tendo reduções relevantes no preço em dólar se comparado à safra atual…”, disse ele.
“(A temporada) 2023/22 está se desenhando uma safra muito boa, cenário de fixações de preços iguais ou melhores que a safra atual em dólar, capturando a câmbio de forma integral”, disse, acrescentando que a captura da desvalorização cambial foi parcial em 2023.
Os executivos comentaram que não há novidades em relação a aquisição de ativos da rival Terra Santa Agro, cujo “closing” da operação é esperado para meados do ano.
O diretor financeiro da SLC, Ivo Brum, disse que a prioridade da empresa é a aquisição da Terra Santa, que envolverá investimentos posteriores não somente em máquinas, mas também em treinamento de pessoal cerca de mil funcionários devem vir junto com o negócio.
Ele ressaltou que a alavancagem da companhia é baixa, fechando 2023 abaixo de uma vez na relação dívida líquida/Ebitda ajustados. Por último, ele lembrou que a companhia tem uma política de dividendos “agressiva”, pagando 50% de lucro líquido mais Juros sobre Capital Próprio (JCP), e não descartou recompras ao ser questionado, mas disse que prefere aguardar a ação reprecificar.
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