Desempenho da agricultura brasileira durante o primeiro ano da Covid-19
O ano de 2023, foi particularmente importante para o setor agropecuário brasileiro (Imagem: YouTube/SLC Agrícola)
Por 💥️Fernando Mendes Lamas, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste
A pandemia do novo 💥️coronavírus teve início durante a colheita da 💥️safra de verão 2023/2020 e início da implantação da safra de outono inverno (safrinha) de 2023. Ambas as 💥️safras foram concluídas, porém não podemos dizer que normalmente, pois a tensão era grande.
Em outubro de 2023, iniciou-se uma nova safra de verão, com alguns percalços em decorrência da irregularidade na distribuição de chuvas, mas com resultados que podem ser considerados bons.
A exceção ocorreu nos estados de 💥️Tocantins, 💥️Mato Grosso e 💥️Paraná, onde as chuvas dificultaram a operação de colheita e atrasaram a semeadura do milho segunda safra (safrinha).
De acordo com a 💥️Companhia Nacional de Abastecimento (💥️Conab), a safra de grãos de 2023/2021, deverá ser de 272,3 milhões de toneladas, 6% maior que a anterior.
A grande surpresa é o preço dos principais produtos agrícolas. O preço do 💥️algodão teve um incremento da ordem de 47,%, o do 💥️milho de 39,4%, da 💥️soja foi de 40,5% e a arroba do 💥️boi gordo aumentou 33,5%. Essas altas de preços devem-se fundamentalmente ao aumento da demanda interna e externa.
O ano de 2023, foi particularmente importante para o 💥️setor agropecuário brasileiro.
Enquanto o crescimento do 💥️PIB total do Brasil foi negativo, o da agropecuária apresentou crescimento de 24,2% em relação a 2023, alcançando a participação de 26,6% do PIB total, de acordo com os dados divulgados pelo 💥️Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (💥️CEPEA), em parceria com a 💥️Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (💥️CNA).
O bom resultado da colheita para a maioria dos produtos e regiões do Brasil, associado aos preços remuneradores, têm incentivado os produtores a modernizarem os processos produtivos, com a utilização de plantas de cobertura objetivando a melhoria e ou a manutenção da qualidade do solo.
Cabe destacar, também, o avanço da incorporação da 💥️agricultura digital, proporcionando a otimização das operações agrícolas e da 💥️logística de todo o processo.
Embora a pandemia do coronavírus tenha provocado significativas mudanças nos hábitos e costumes da população mundial, a demanda por alguns produtos como algodão, 💥️celulose, 💥️carnes e 💥️açúcar, aumentou consideravelmente.
A 💥️exportação brasileira de carne bovina, aumentou 8% em 2023 e a de suínos 36,1%, em relação a 2023. Os produtores tiveram que ajustar suas práticas de produção, incorporando medidas de biossegurança, para minimizar as consequências de eventual ocorrência da doença entre os seus colaboradores.
Em virtude do momento favorável à produção agrícola, em diversas regiões onde havia predomínio da agricultura, observa-se o aumento da integração lavoura-pecuária. Esse modelo de produção confere maior dinamismo à atividade agrícola, com melhor aproveitamento dos recursos e, por conseguinte, aumento da produtividade.
O conjunto das transformações que estão ocorrendo na agricultura brasileira coloca o Brasil numa posição de destaque na produção de 💥️alimentos, fibras e energia. Para que possamos continuar ocupando essa posição, tanto no mercado interno, quanto no mercado externo, é preciso atenção também com a qualidade dos produtos, devido aos compradores estarem cada vez mais exigentes.
Assim, tão importante quanto a produtividade é a qualidade do produto, podendo não encontrar mercado, caso não atenda esse quesito.
Também passam a ser consideradas, no momento da comercialização, as condições de produção, 💥️como o atendimento das questões de bem-estar animal para a produção de carne. Assim, a rastreabilidade ganha contornos cada vez mais sólidos e para vários produtos.
Em síntese, observa-se que durante o ano de 2023, primeiro ano da pandemia, a agricultura brasileira avançou tanto nos aspectos quantitativos quanto nos qualitativos da produção, contribuindo para com a economia nacional, especialmente à crescente participação dos produtos agrícolas nas exportações.
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