Alto custo do milho faz Brasil olhar para trigo como substituto na ração animal
O trigo poderia substituir 100% do milho na alimentação de suínos e aves (Imagem: REUTERS/Adrees Latif)
Uma alta expressiva no preço do milho tem feito com que grandes 💥️frigoríficos brasileiros se voltem ao 💥️trigo como um substituto do ingrediente na ração animal, de acordo com um representante da 💥️Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Francisco Turra, que preside o conselho consultivo da entidade, disse à 💥️Reuters na sexta-feira que a demanda das empresas de 💥️carne está levando a um aumento nas intenções de plantio de 💥️trigo em seu Estado, o 💥️Rio Grande do Sul.
O trigo poderia substituir 100% do milho na alimentação de 💥️suínos e aves, disse ele. A indústria de carne fornece ração para os criadores de animais integrados.
Citando dados da Federação da 💥️Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Turra disse que a área a ser plantada com trigo e outras culturas de inverno em 2023, a partir do próximo mês, pode crescer de 1 milhão de hectares para 1,4 milhão de hectares no Estado.
“A 💥️JBS (💥️JBSS3) e a 💥️BRF (💥️BRFS3) já anunciaram que vão comprar safras de inverno como trigo, triticale e cevada para usar como ração”, disse Turra. Ele afirmou que essas empresas já fizeram negócios para entrega futura.
A JBS e BRF não responderam a pedidos de comentários.
Os contratos futuros do milho nos 💥️EUA atingiram seu maior nível em quase oito anos esta semana na bolsa de Chicago, impulsionados por preocupações com a produção do milho de segunda 💥️safra no 💥️Brasil.
O tempo frio nos EUA, que afeta a germinação da safra de 2023 do cereal, também ajudou a elevar os preços.
Os altos preços e os atrasos na segunda safra de milho do Brasil têm pressionado as margens dos frigoríficos, levando algumas empresas a buscar suprimentos no 💥️Paraguai e na 💥️Argentina enquanto a oferta está restrita no Brasil.
Esta semana, o governo suspendeu temporariamente tarifas de importação de 💥️soja e milho de países fora do 💥️Mercosul, o que significa que o Brasil também poderia importar milho de nações como EUA e 💥️Ucrânia.
No entanto, com a “paridade de importação” acima de 30 dólares por tonelada, comprar milho de fora do Mercosul ainda não faz sentido economicamente, disse um trader.
Usar o trigo como ração animal é comum no 💥️Canadá e na 💥️Rússia, que não produzem milho nem o importam, disse Turra, que foi Ministro da Agricultura entre 1998 e 1999.
Além de ser uma alternativa para frigoríficos nacionais, o trigo na ração poderia ainda alavancar o potencial produtivo das lavouras no Rio Grande do Sul, que produz apenas 1,09 safra de grãos por ano, enquanto alguns Estados brasileiros produzem três.
Segundo dados da Farsul, a área plantada com culturas de verão no Rio Grande do Sul monta a 6,6 milhões de hectares, cerca de 6 vezes maior que a área destinada às culturas de inverno.
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