Menos cana na cogeração pode anular safra de preços pelos baixos níveis dos reservatórios

Usina São Martinho

Energia elétrica gerada nas usinas e exportada para o sistema elétrico não terá ganho em volume por causa da safra menor (Imagem: LinkedIn/ Divulgação/ São Martinho)

O megawatt (MW) hora está satisfatoriamente acima da média de R$ 200 do mesmo período de 2023, com potencial até de subida, porém não significa que todas as unidades que fazem 💥️cogeração de 💥️energia elétrica vão nadar de braçada.

Se for considerada a biomassa da 💥️cana como representante de 11,8 gigawatts (GW), dos 15 de outras instalados no Brasil – o sistema elétrico todo oferece 175 GW -, a quebra da safra atual do Centro-Sul pode anular o aumento do preço no mercado livre. Fala-se, no setor sucro, entre 7% e 10% de quebra.

Dito de outra forma, a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) considera que menos matéria-prima reflete em menor oferta de energia exportada para o sistema.

O resumo é que o mesmo motivo que tem empurrado o preço do MW também é responsável por poder reduzir o disponível de eletricidade cogerada: os menores índices de chuvas que têm deixado os reservatórios hídricos em níveis perigosos são os mesmos que desde 2023 impactaram o desenvolvimento dos canaviais.

Leonardo Caio, diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, que acredita que o Brasil está em alerta com a capacidade dos reservatórios abaixo de 35% & “o pior mês de abril desde 1930” -, também lembra que se alguma usina quiser atender a maior demanda, possivelmente terá que buscar matéria-prima fora das suas cercas.

“Pode ser que algumas tenham um pouco de capacidade ociosa, mas vão precisar de bagaço e palha adicionais”, diz.

O setor é movido em 2/3 por vendas no mercado livre e 1/3 no chamado mercado regulado. Portanto, pode ser que a possível capacidade ociosa seja o efeito da menor comercialização contratada em 2023, cujos níveis de melhora do consumo vieram depois de julho em diante.

O cenário agora, com a estiagem se acentuando, Caio vê uma melhora do consumo, naturalmente ainda distante dos níveis pré-pandemia.

Gargalos

As questões climáticas não afetam as outras biomassas como o licor negro (rejeito da indústria de 💥️papel e celulose, com 2,7 GW), cavaco de madeira e casca de arroz (aqui, pela participação ínfima).

Mas a cogeração das usinas e destilarias de cana-de-açúcar ainda carrega gargalos adicionais para crescimento, pela importância de seu market share, frisa-se.

Um deles, segundo o executivo da Cogen, é que a maioria dos contratos de comercialização no mercado livre é para 2 a 3 anos. O ideal é de 5 anos para cima, para sustentar investimentos em aumento da capacidade instalada, unidades de cogeração nas usinas que não a possuem e até em cana.

O quadro já está mudando, diz Leonardo Caio, com algumas empresas negociando com grandes consumidores contratos de prazos mais elásticos.

O outro gargalo é mais de imagem, mas afeta a entrada no mercado de investidores, como as fabricantes de equipamentos. No recente Plano Decenal de Energia (PDE), da 💥️Empresa de Pesquisa Energética (EPE), se indica o aumento de 80 MW ano das biomassas.

Mesmo não sendo mandatório, “é muito pouco, indica franqueza e assusta os investidores”, afirma o diretor da Cogen, salientando que essa taxa pode ser coberta por uma única empresa.

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