Com ou sem chuva no final de maio, safras terão quebras; cana até 30% em produtividade
Cana está entre as culturas que mais deverá perder produtividade com a seca (Imagem: Victoria Priessnitz)
O professor Paulo Sentelhas, titular de Agrometeorologia da 💥️Esalq/USP, costuma ser mais cauteloso que os meteorologistas profissionais quando de diagnósticos acima de 10, 15 dias. Feita a advertência, ele diz que há possibilidades de chuvas do 💥️Paraná para cima apenas no final de maio, começo de junho.
Até lá, com chuva ou sem chuva, todas as culturas anuais, perenes e semi-perenes deverão sofrer severas perdas de produtividade, pressionando os volumes esperados das 💥️safras.
As chuvas praticamente cessaram em março e abril não deram as caras. Com isso, a retenção hídrica dos solos, melhorada de dezembro a fevereiro – “mas com algumas regiões sob irregularidade e volumes menores” -, se esgotou. Depois de um segundo semestre de 2023 que já havia secado as reservas.
Entre as culturas mais prejudicadas no Sudeste, pelo grau de importância, a principal é 💥️cana. “Embora em alguns lugares a perda de produtividade será de 5%, em uma porção muito grande de lavouras alcançará até 30%”, afirma o professor.
Em plena safra recém iniciada, as perdas médias de produção, segundo análises do mercado 💥️sucroenergético, vão de 6% a 10%.
💥️Café e 💥️laranja estão com reduções drásticas previstas, especialmente o primeiro que começa a ser colhido agora, enquanto o segundo já saiu de uma safra de quebra e deverá partir para próxima em situação semelhante.
Para as regiões do Centro-Oeste, onde prevalece nesse período o 💥️milho de inverno – além de um pouco de cana no Sul de 💥️Goiás e no 💥️Mato Grosso do Sul -, o cenário é preocupante.
O grão é a segunda principal 💥️commodity brasileira em produção e os preços, adicionado ao plantio nos 💥️Estados Unidos, já embutem o volume menor brasileiro.
Sobre os mapas da 💥️Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (Noaa, da sigla em inglês), base, inclusive, para projeções de institutos meteorológicos nacionais, o professor Sentelhas vê apenas o Sul do País não sendo prejudicado pelo bloqueio atmosférico que impede a chegada de frentes frias, como no Sudeste e Centro-Oeste.
O 💥️Rio Grande do Sul terá bons volumes de chuvas, mesmo porque o outono e invernos costumam ser mais chuvosos que a estiagem tradicional do 💥️Brasil acima.
E da região de Cascavel, no Oeste do Paraná, ao Mato Grosso do Sul, também as condições são semelhantes às vistas para o Sudeste.
Se o Noaa estiver certo, um pouco de água só para final de maio.
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