Em agosto BC definirá necessidade de alterar ritmo de ajuste monetário, diz Serra
“Sinalizar que, dado o cenário básico, o ajuste é parcial é o máximo que a gente consegue sinalizar”, disse Serra (Imagem: Flickr/Banco Central)
O 💥️Banco Central já indicou intenção de promover outro aumento de 0,75 ponto percentual na taxa 💥️Selic em junho, se as condições permitirem, mas daí para frente “não tem nenhuma sinalização”, disse nesta sexta-feira o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, destacando que não é possível antecipar se o ritmo de aperto será mantido na reunião do Comitê de Política Monetária de agosto.
“Sinalizar que, dado o cenário básico, o ajuste é parcial é o máximo que a gente consegue”, disse Serra durante webinar do banco 💥️Credit Suisse.
“Lá (agosto) a gente vai ter capacidade de decidir se vai ser necessário reduzir ou se vai ser necessário manter o ‘pace’ (ritmo), ou se vai ser necessário qualquer outra coisa”, acrescentou o diretor.
Segundo ele, os juros serão sempre o necessário para entregar a inflação no centro da meta.
O BC elevou a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual pela segunda vez consecutiva no início deste mês, a 3,5%, e anunciou a intenção de promover nova alta da mesma magnitude em sua próxima reunião de política monetária, em junho.
O BC também avaliou como apropriado o processo de “normalização parcial” da taxa de juros & ou seja, um aperto que ainda mantenha um estímulo à atividade.
Questionado se não seria importante o BC atuar para evitar uma desancoragem das expectativas de inflação para 2022, a exemplo do que teria acontecido em 2023, Serra afirmou que o compromisso da autoridade monetária com o centro da meta é claro e que, caso o consenso de mercado para a inflação do próximo ano comece a descolar “ainda mais”, o BC mudará sua atuação.
O BC também avaliou como apropriado o processo de “normalização parcial” da taxa de juros & ou seja, um aperto que ainda mantenha um estímulo à atividade (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)
“Se ele mudar, o BC vai ter que mudar sua reação, nada de errado nisso”, afirmou o diretor, ressaltando que o raciocínio se aplica a outras condicionantes da inflação, como câmbio.
Caso essas condicionantes apontem a necessidade de um ajuste total ou maior do que o total na política monetária, isso será feito, afirmou Serra.
O mercado espera que o 💥️IPCA feche o próximo ano em 3,61%, um pouco acima do centro da meta, que é de 3,5%. Para este ano, quando a meta central é de 3,75%, mediana da pesquisa Focus do BC com analistas aponta para uma inflação de 5,06%. Nos dois anos a meta tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Em sua apresentação, Serra afirmou que, com a retomada econômica global, a tendência é que haja uma maior demanda por serviços, com redução da parcela da renda destinada a bens, o que tende a conter os preços das commodities, que nos últimos meses têm contribuído para pressionar a inflação.
Serra afirmou que o aumento da inflação de serviços no país é até desejável, uma vez que ela tem corrido a níveis bem inferiores ao da meta, mas ele pontuou a dificuldade do BC em projetar esses preços à frente dado o que chamou de “incógnita” nos indicadores do mercado de trabalho.
Para o diretor, as mudanças na Pnad do IBGE, cujas pesquisas passaram a ser feitas remotamente durante a pandemia, e do Caged, onde houve mudança de metodologia, têm dificultado as comparações com períodos anteriores, gerando incertezas nas projeções para o mercado de trabalho.
💥️(Atualizada às 14h09)
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