Rodolfo Amstalden: Tímida e pouco conhecida, Ambipar tem tudo para brilhar

“Em algum momento, o mercado pode olhar com carinho para a Ambipar”, afirma o colunista (Imagem: Murilo Constantino/Empiricus)

Já ouviu falar sobre a Ambipar (AMBP3)? Provavelmente, você ainda não conhece essa empresa ou pode ser que saiba pouquíssimo sobre a sua atuação.

De fato, ela não é tão notada na Bolsa, mas acho interessante e merecedora de atenção. Aqui na Empiricus, nós temos acompanhado de perto.

A Ambipar, que abriu capital em novembro do ano passado, faz a gestão ambiental e tratamento de resíduos sólidos e materiais infectantes. Além disso, é especializada no gerenciamento de riscos e planos de emergência envolvendo produtos perigosos. 

Foi a primeira companhia desse nicho a ingressar na Bolsa. Ela é considerada um case ESG, de boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa.

Eu e a minha equipe de analistas do Programa de Riqueza Permanente (PRP) achamos que o calcanhar de Aquiles da Ambipar ainda é a pouca divulgação, apesar de reconhecermos alguns esforços recentes que ela tem feito para ganhar visibilidade.

A questão é que nós do PRP, assim como Max Bohm, meu amigo e analista que lidera a série Microcap Alert, vemos que a empresa está entregando bons resultados, mas a sua ação não andou como deveria. Existe aí um descompasso. 

Isso não costuma durar para sempre. Em algum momento, o mercado pode olhar com carinho para a Ambipar. Não só pela moda de ESG, mas também pelo seu desempenho.

Mesmo antes de ingressar na Bolsa, especialmente desde 2023, a companhia tem avançado em seus negócios e apresentado desempenho positivo.

Os números do primeiro trimestre deste ano também vieram fortes. A receita líquida foi de R$ 262,4 milhões, um salto de 84% em relação ao mesmo período de 2023. E o lucro líquido subiu 195% atingindo R $32,3 milhões.

Nessa mesma base comparativa, o Ebitda (indicador que mede a geração de caixa) teve um avanço de 80,7% para R$ 72,7 milhões. Por sua vez, a margem Ebitda (lucratividade operacional) no primeiro trimestre deste ano foi de 27,7%. 

Outro ponto é que a Ambipar está crescendo de forma orgânica e inorgânica. Recentemente, fez aquisições nos Estados Unidos, Reino Unido e em alguns países da América do Sul.

A empresa também vem assinando grandes contratos de prestação de serviços. No final de maio, fechou um acordo com a ENSCO, holding especializada em soluções de engenharia e segurança aeroespacial e ferroviária, e a Administração Ferroviária Federal (FRA) dos Estados Unidos.

Mesmo antes de ingressar na Bolsa, especialmente desde 2023, a Ambipar tem avançado em seus negócios e apresentado desempenho positivo (Imagem: Reprodução/Ambipar)

Assim, a Ambipar vai assumir a capacitação técnica de profissionais e serviços de atendimento do Centro de Tecnologia de Transporte (TTC) & a maior base de treinamento de emergência com produtos perigosos do mundo, localizada em Pueblo, no Colorado. Isso representa a conquista de uma chancela do governo americano, um importante selo de qualidade.

Esse contrato é de US$ 10 milhões por ano ao longo de 20 anos, o que está em linha com a sua estratégia de ter mais de 50% das receitas vindas do exterior. Este ano,  acredito que já conseguirá uma fatia de mais de 40%.

Realmente, estou impressionado com o processo de internacionalização da Ambipar, tiro o chapéu para a capacidade de execução. Já vi muitas empresas tentando trilhar esse caminho sem sucesso, pois é algo bastante desafiador, dificílimo de se fazer.

É por conta de tudo isso que eu digo que a AMBP3 é promissora. Pelos cálculos do Max, pode ter upside de 37%.

A Ambipar é, sem dúvida, uma das oportunidades da Bolsa. Para ganhar, é fundamental escolher as ações certas para a sua carteira de investimentos, saindo muitas vezes do óbvio.

Um abraço!

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