Nova Bolsa? Esqueça isso; queda das ações da B3 foi exagerada, dizem analistas
Segundo a Ágora, essa tal “nova Bolsa” mesmo que viesse a ocorrer com a B3, teria um impacto nas receitas não muito próximo ao que já está precificando (Imagem: Divulgação)
O recente burburinho de uma possível concorrente da 💥️Bolsa brasileira, a 💥️B3 (💥️B3SA3), foi suficiente para derrubar as ações da empresa em 9% no mês. O estopim ocorreu após a saída de José Berenguer, do Banco XP, do conselho de administração da companhia.
Após o fato, o 💥️JPMorgan publicou relatório aventando a possibilidade da 💥️XP criar sua própria Bolsa. O banco rebaixou a recomendação da B3 de compra para neutra diante da possibilidade.
Porém, segundo a 💥️Ágora Investimentos, em relatório enviado a clientes, essa tal “nova Bolsa”, mesmo que viesse a ocorrer, teria um impacto nas receitas muito próximo ao que já está precificado atualmente.
De acordo com cálculos da corretora, o mercado está precificando os múltiplos para B3 com os mesmos números de 2023, quando os volumes médios diários negociados (ADTV) no mercado de ações em caixa estavam em torno de R$ 15 e 16 bilhões, em comparação com os atuais R$ 30 e 35 bilhões, implicando em perdas de market share (participação de mercado) de mais de 40% no segmento.
“Não acreditamos que a recente realização das ações seja justificada, especialmente porque a dinâmica dos volumes continua muito forte ao longo do segundo trimestre. No final das contas, reiteramos nosso ponto de vista construtivo para B3”, apontam os analistas Otavio Tanganelli e Luiza Mussi, que assinam o relatório.
Eles destacam ainda o preço sobre o lucro (P/L) de 17 vezes da companhia para 2022, o que implica mais de 30% de desconto para outras Bolsas mundo afora.
E a competição?
Na visão dos analistas, em um cenário de uma possível concorrente o maior risco ficaria para a negociação em si, que compreende cerca de 15% do total de tarifas de negociação.
Pelos cálculos, as receitas de negociação giram em torno de R$ 400 milhões por ano, em comparação com a receita de pós-negociação de R$ 3 a R$ 3,5 bilhões.
“Uma vez que acreditamos que a concorrência deve ser restrita apenas às receitas de negociação, se um ou mais novo entrantes participarem com 20% do mercado (que assumimos ser muito agressiva), o impacto nas receitas e o lucro líquido da B3 seriam de, aproximadamente, 0,7% e 1% do lucro líquido”, calculam.
Além disso, mesmo que a competição aconteça no pós-negociação também, as receitas e o lucro líquido em risco seriam equivalentes a 6% e 9% das expectativas para 2022, o que significa que o mercado já precificou, em grande medida, o pior cenário possível.
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