Brasil perde oportunidades em carnes sem novas habilitações pela China, diz BRF
Segundo o executivo da BRF, o ideal seria que Brasil e China tivessem um acordo comercial entre os dois países, para que ambos pudessem avançar em “compromissos concretos (Imagem: REUTERS/Stringer)
Sem novas habilitações de unidades frigoríficas pelos chineses desde o início da pandemia, o 💥️Brasil perde oportunidades e ainda enfrenta forte concorrência dos 💥️Estados Unidos, avaliou nesta terça-feira um executivo da 💥️BRF (💥️BRFS3), maior exportadora global de 💥️frango.
“Tomara que consigamos avançar neste tema… A resposta mais prática para a pergunta é que perdemos oportunidades”, disse o gerente-executivo de Relações Institucionais da BRF, Luiz Tavares, ao comentar questão sobre a ausência de habilitações de novas unidades brasileiras.
Ele ressaltou que o Brasil tem avançado com exportações, mas ao mesmo tempo passou a enfrentar a forte concorrência dos Estados Unidos, especialmente na 💥️carne de frango.
“Mas é importante contextualizar os Estados Unidos como grande potência do 💥️agronegócio. Estava desde 2015 suspenso para exportar aves à China devido à gripe aviária, e de uma hora para outra literalmente passamos a ter os EUA acessando o mercado chinês com mais de mil estabelecimentos habilitados, enquanto o Brasil está sem nenhum habilitação há praticamente dois anos”, comentou.
Os comentários foram feitos durante evento online do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) sobre perspectivas da estratégia 💥️Brasil& 💥️China no Agronegócio, reunião que também contou com outras autoridades.
“Está no mercado, altamente competitivo, a demanda é muito grande, e de repente surge do seu lado um dos maiores players globais, é complicado para exportadores brasileiros”, disse Tavares, em referência ao avanço dos EUA no cenário internacional.
Em frango, a China não aparece entre os destaques das exportações do Brasil, diferentemente do que se passa em carne suína. Em cortes bovinos, um recuo nos embarques brasileiros em maio foi puxado por menor demanda chinesa pelo produto nacional.
Segundo o executivo da BRF, o ideal seria que Brasil e China tivessem um acordo comercial entre os dois países, para que ambos pudessem avançar em “compromissos concretos”.
Ele citou que ainda não há clareza sobre como será o relacionamento de China com a nova administração dos EUA, e que talvez seja este o momento de o Brasil se posicionar.
O embaixador do Brasil na China, Paulo Estivallet de Mesquita, comentou no mesmo evento que a “pandemia realmente” afetou o processo de habilitações de novos frigoríficos.
“Desde o início da pandemia o processo de aprovação foi suspenso. Já faz mais de um ano e meio que não temos aprovação de nenhum estabelecimento novo. Apesar disso, os estabelecimentos habilitados conseguiram ampliar as exportações”, comentou ele.
Questionada sobre possível retomada da certificação e quantos frigoríficos poderiam ser certificados no curto prazo, a ministra conselheira de Assuntos Econômicos e Comerciais da Embaixada da China no Brasil, Shao Yingjun, disse que o Brasil é uma dos países com mais empresas habilitadas e citou o número de 102 unidades autorizadas a exportar à China.
Ela disse que os dois países estão trabalhando conjuntamente para promover o comércio e facilitar o intercâmbio de produtos, e que há algumas comissões responsáveis para avaliar o tema das habilitações.
Mas não entrou em detalhes sobre movimentos concretos.
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