Crise hídrica: risco de apagão é até 5 vezes maior que o de racionamento neste ano
Seca: baixo nível de reservatórios de hidrelétricas preocupa (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)
É muito mais provável que os brasileiros tenham de conviver com apagões do que com o racionamento de 💥️energia elétrica neste ano, devido ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas.
A consultoria PSR, especializada nos setores elétrico e de gás natural, estima que o risco de blecautes pode até 5 vezes maior que o de racionamento. Os dados foram passados pelo seu CEO, Luiz Augusto Barroso, aos analistas João Pimentel e Gisele Gushiken, do 💥️BTG Pactual.
No relatório que assinam sobre a conversa com Barroso, os analistas informam que a PSR projeta traçou três cenários para 2023, baseado em projeções de 3%, 6% e 9% para o crescimento da demanda de energia sobre o ano passado.
No melhor cenário, em que o governo implante todas as medidas necessárias para mitigar a crise hídrica, as chances de um racionamento de energia ocorrer variam de 1%, caso a demanda por eletricidade cresça 3%, a 2,9%, se o consumo subir 9%.
Risco nas mãos do governo
Neste mesmo cenário ótimo, contudo, as probabilidades de apagões variam de 5,1% a 8%, caso o consumo cresça 3% e 9%, respectivamente. Assim, a maior diferença ocorre quando a demanda sobe 3%, e o risco de blecaute é 5,1 vezes maior que o de racionamento.
“Este risco [de apagões] pode ser mitigado por um programa voluntário que seria implementado pelo governo para encorajar os clientes industriais a remanejar a produção para fora dos horários de pico [de consumo de energia]”, afirmam os analistas do BTG.
A grande aposta do banco e da PSR é que a 💥️Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), criada pela Medida Provisória 1055/21 e composta por representantes de diversos ministérios, adote medidas efetivas para amenizar o impacto da escassez de água sobre a geração de eletricidade.
Segundo o estudo da PSR divulgado pelo BTG, caso essa câmara fracasse, as chances de racionamento disparam para a faixa de 13,7% a 28,5%. “A Creg é um elemento-chave para encaminhar a crise hídrica”, afirma o banco.
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