Geadas atingem Sul do Brasil; frio intenso ameaça lavouras nos próximos dias
No próximo mês é outra história”, alertou ele, ressaltando sobre o risco caso este cenário permaneça em agosto (Imagem: REUTERS/Aly Song)
A massa de ar polar que atingiu o 💥️Brasil trouxe geadas para áreas da região Sul nesta quarta-feira, ainda com efeitos limitados para as lavouras, mas o frio excessivo que deve vir até sexta-feira, avançando para áreas do Sudeste, ameaça causar novos danos a culturas como 💥️café e 💥️cana-de-açúcar, segundo especialistas.
“O congelamento após as chuvas leves da zona frontal no 💥️Paraná/💥️São Paulo pode causar danos adicionais aos cafezais”, disse Marcin Gorski, analista climático da 💥️Refinitiv, citando possível impacto de novas geadas nesta semana.
Nesta quarta-feira, já houve registro de geadas no norte do 💥️Rio Grande do Sul, em 💥️Santa Catarina e no sul e leste do Paraná, disse o agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antonio dos Santos, em boletim.
Nestes Estados, apenas o Paraná tem alguma relevância para a produção nacional de café, ainda que sendo um produtor menor dessa commodity no Brasil. Mas há preocupações com o trigo, embora somente uma parte do cereal esteja em fase passível de sofrer perdas de produtividade pelo frio.
No Paraná, principal produtor de 💥️trigo do país, as plantações atingidas por geadas nesta quarta-feira estão mais atrasadas e, portanto, escaparam de danos mais graves, disse o analista do Departamento de Economia Rural (Deral) Carlos Hugo Godinho. Mas a preocupação é com o evento de quinta-feira.
“A questão é a geada de amanhã, que é prevista bem mais forte, para todo o Estado. Independente do que aconteceu com essa geada de hoje, amanhã que é o dia definitivo”, disse ele.
No Rio Grande do Sul, segundo produtor de trigo do país, cerca de 80% dessa cultura não está em fase sujeita a quebra pelo frio, disse o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Paulo Pires.
Segundo ele, geadas nesta época são consideradas “normais” para o Estado.
“No próximo mês é outra história”, alertou ele, ressaltando sobre o risco caso este cenário permaneça em agosto.
O 💥️milho, seriamente atingido pelas geadas do final de junho, está em sua maioria perto de ser colhido no Paraná, e apenas uma menor parte está em fase de sofrer perdas ainda.
Gorski, da 💥️Refinitiv, concorda que a geada provavelmente terá um efeito menor sobre a produção nacional da segunda safra de milho, considerando o andamento da colheita e da produção paranaense.
“Embora a extensão dos possíveis danos do milho permaneça desconhecida no momento, as lavouras locais que não atingiram a maturidade total nesta região serão afetadas.”
Segundo a 💥️Rural Clima, a massa de ar polar ganhará força e conseguirá avançar ao norte do Paraná, e o sul e oeste de São Paulo na quinta-feira.
Com isso, Santos acredita que a tendência é de que as temperaturas fiquem ainda mais baixas no período da manhã, ocasionando geadas amplas do Rio Grande do Sul ao Mato Grosso do Sul, passando por áreas paulistas.
“Na sexta-feira, com o tempo aberto, a massa de ar polar ganhará ainda mais força e atingirá áreas de café, cana, hortaliças, laranja em São Paulo e Minas Gerais”, estimou.
Na semana passada, o café foi fortemente atingido por geadas que chegaram a prejudicar cerca de 11% das áreas da variedade arábica no país, cultivado principalmente no cinturão localizado entre Minas Gerais e São Paulo.
O problema pode fazer com que a recuperação dos cafezais se estenda por anos, gerando grandes temores no mercado internacional, com disparada nos preços do arábica cotado em Nova York.
“Há possibilidade e risco para temperaturas muito baixas também no sul de Goiás, Triângulo Mineiro e extremo sul de Mato Grosso”, acrescentou o agrometeorologista.
Colheita
Em uma previsão um pouco mais estendida, Santos espera que o frio extremo permaneça na primeira semana de agosto, o que pode dificultar a secagem do milho segunda safra.
“Isso pode até atrapalhar a colheita do milho por conta da umidade relativa.”
A colheita da “safrinha” do cereal caminha a passos lentos em alguns dos principais Estados produtores, como o Paraná, em função do forte atraso no plantio e problemas climáticos durante o desenvolvimento das plantas.
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