Dólar recua 0,32% e fecha a R$ 5,17 em meio a política fiscal

Em agosto, a cotação acabou acumulando queda de 0,69%, depois de chegar a subir 4,13% até o dia 19, quando fechou acima de 5,42 reais.

Até os 19 primeiros dias prevaleceram a escalada de incertezas doméstica sobre as intenções do governo sobre as contas públicas e dúvidas acerca da política monetária dos EUA.

Até os 19 primeiros dias prevaleceram a escalada de incertezas doméstica sobre as intenções do governo sobre as contas públicas (Imagem: Shutterstock)

A partir de meados do mês falas mais explícitas dos líderes do Congresso sobre a defesa do teto de gastos e a possibilidade de uma solução para a conta de quase 90 bilhões de reais em precatórios para o ano que vem ajudaram a acalmar os nervos dos agentes financeiros em relação à austeridade fiscal.

Assim, em 20 de agosto o dólar começou a fazer o caminho inverso e passou a cair. A “queima” de prêmio de risco acelerou no fim da semana passada, quando o chefe do banco central dos EUA deixou em aberto o momento de corte de estímulos ao mesmo tempo que minimizou riscos de alta de juros.

Dados da B3 mostraram que desde 25 de agosto & quando começaram as rolagens de contratos de dólar futuro na B3& , estrangeiros e fundos de investimentos venderam quantia somada de 2,6 bilhões de dólares, o que ajuda a explicar parte da queda do dólar no período.

Como resultado, a volatilidade implícita nas opções de dólar/real de três meses& uma medida da percepção de instabilidade da taxa de câmbio& já opera perto de mínimas em dois meses, enquanto o risco-país está nas mínimas em torno de um mês. Em meados de agosto, essas medidas foram a máximas desde abril e maio, respectivamente.

“Seguimos posicionados em real. Mesmo que não na mesma magnitude do começo do mês, mantemos um pé otimista com a moeda”, disse Daniel Tatsumi, gestor de moedas da ACE Capital.

“Não acreditamos num andamento rápido de reformas & estamos no segundo semestre, tem eleições ano que vem…& , mas se a cena política não atrapalhar já ajuda”, completou.

Guilherme Prado, operador de câmbio na Western Union Brasil, vê a partir de agora os Três Poderes em maior harmonia até o fim do ano, o que poderia ajudar na valorização do real, que, porém, ainda sofreria com riscos fiscais.

Um fator a dar suporte ao câmbio seria o juro mais alto, segundo Prado, que poderia levar o dólar para mais próximo de 5 reais. “Obviamente, pode ir um pouco além disso e furar esse patamar… mas acredito que o mercado logo corrija para cima uma cotação abaixo de 5 reais”, ressalvou.

Em 2023, o dólar se desvaloriza 0,37% ante o real.

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