Victor Marques: Softbank, Sequoia e Monashees – os milhões tem destino

SoftBank

O Softbank aproveitou, por muito tempo, para espalhar seu capital em startups que estavam ainda em seu princípio (Imagem: Facebook/SoftBank)

Enquanto o 💥️Softbank já é velho conhecido das startups brasileiras, realizando investimentos frequentes em startups da 💥️América Latina, Sequoia Capital e Monashees agora também devem aumentar sua presença por aqui, seguindo os passos da gigante japonesa.

O Softbank desbravou o início do ecossistema de inovação na LatAm e viu suas apostas darem – muito – certo. O fundo hoje possui participação em 6 das 10 maiores startups da região, fruto do primeiro fundo dedicado às startups da região, o Latin America Fund I. 

O pioneirismo do Softbank

Precursor no interesse nas startups da América Latina, o Softbank aproveitou, por muito tempo, para espalhar seu capital em startups que estavam ainda em seu princípio. O primeiro fundo dedicado à região foi criado em 2023, direcionando US$ 5 bilhões para investir nos negócios da LatAm. Com isso, o fundo se tornou o player mais ativo na região, participando de rodadas que já somam US$ 18,7 bilhões investidos. Dentre as investidas de sucesso estão a mexicana Kavak e as brasileiras 99, Loggi e Loft.

Com tanta repercussão e rentabilidade dos investimentos por aqui & a taxa interna de retorno do primeiro fundo ficou em 62% -, o Softbank anunciou o segundo fundo focado na região: o Latin America Fund II. Inicialmente menor, o fundo será de US$ 3 bilhões, valor que pode aumentar com a busca de capital externo que se somará ao valor já alocado pela companhia. 

Sequoia

O histórico do fundo de Venture Capital Sequoia Capital é de fazer inveja: tem nomes como Apple, Cisco, Google, LinkedIn e PayPal em seu portfólio. Não é por acaso: o fundo focou em investir no Vale do Silício – ainda em seu princípio. Uma aposta acertada, resultado da capacidade do fundo de ter identificado a mágica que acontece quando startups começam a influenciar uma comunidade de pessoas inteligentes, ambiciosas e famintas.

Agora, um dos sócios da Sequoia, Doug Leone, diz que algo semelhante ao que foi identificado no Vale do Silício está no ar na América Latina: há oportunidades no mercado e o ecossistema está pronto para aproveitá-las.

Embora a Sequoia Capital já houvesse feito dois investimentos certeiros na região – no Nubank e na Rappi –, o fundo americano ainda não havia declarado interesse específico na LatAm. Agora isso mudou: o sócio da Sequoia declarou que o fundo passará a olhar para startups da região, em todos os estágios.

Monashees

Depois de Softbank e Sequoia, a monashees anunciou que levantará capital para dois novos fundos de investimento focados nas startups da América Latina – somados, os fundos devem totalizar US$ 700 milhões para investimentos na região. 

A ideia do fundo é separar o capital em dois fundos, de US$ 350 milhões cada, dessa forma, cada fundo será direcionado para startups diferentes: um para startups em estágio mais inicial, recém lançadas e outro para negócios em estágios mais avançados. Os investimentos da monashees na América Latina não são novidade, a gestora já investiu na Rappi, Loft, Loggi, Neon e MadeiraMadeira. 

Aposta em rodadas mais iniciais

Os três players – Softbank, Sequoia Capital e monashees – têm algo em comum: todos eles planejam direcionar parte do capital investido na América Latina no mercado de startups early-stage. O motivo? Além de garantir que mais startups de sucesso consigam chegar aos estágios mais avançados (e recebam aportes maiores em rodadas de follow-on), os aportes em estágios mais iniciais geram múltiplos maiores de valorização dos investimentos dos fundos.

É bastante lógico: quanto mais inicial a startup, menores são os valuations e mais barato sai a compra da participação nela. As startups que crescerem significativamente depois do aporte darão retornos maiores, multiplicando o valor investido. Enquanto os investimentos em startups mais avançadas, feitos por fundos de growth equity, possuem percentual de sucesso maior (60% & 70%), com os múltiplos maiores capturados em early-stage a tendência é que as startups que crescerem exponencialmente compensem eventuais erros. 

O novo vale do silício?

Com tanto interesse de grandes fundos, crescimento dos negócios por aqui e valorização recorde de quem começou a apostar na região mais cedo (como o Softbank fez), há um clima de oportunidade no ar – a Sequoia Capital já deu seu selo de aprovação ao ecossistema de inovação latino-americano, por exemplo.

O clima de oportunidade identificado pela Sequoia também é embasado em dados: são 600 milhões de pessoas na região e um PIB de US$ 6 trilhões, porém, a economia real – infraestrutura, bancos e hospitais – não é satisfatória. 

De acordo com a OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a qualidade das estradas/infraestrutura é inferior à da China e da Índia; o sistema público de saúde é tão demandado que possuir um plano de saúde privado está no top 3 dos itens de desejo da população; e os bancos brasileiros tem uma das maiores taxas de retorno do mundo.

A combinação desses fatores cria um cenário perfeito para que a economia da internet disrupte a economia real.

Com tantos grandes nomes identificando potencial por aqui, é improvável que as previsões não se concretizem. Com o crescente volume de capital também dedicado às startups em estágio mais inicial, há mais possibilidades de termos novos unicórnios por aqui – além de acelerar a evolução do ecossistema como um todo.

As startups costumam levantar valores maiores nas rodadas mais avançadas de investimento. Porém, há como participar da Nova Economia em rodadas mais iniciais, quando mais pessoas têm acesso: a CapTable, plataforma de investimentos em startups da StartSe, já levantou mais de R$ 50 milhões em investimentos, para diversas startups. A plataforma, que já é a maior do Brasil, possibilita investir com valores a partir de R$ 1000 e participar da jornada de crescimento de startups promissoras.

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