BDRs: um ano após liberação, número de pessoas físicas mais que dobra, mas baixa liquidez atrapalha
Em um ano, o número de investidores saltou de 121 mil em dezembro de 2023 para 266 mil em setembro, alta de 120% (Imagem: REUTERS/Andrew Kelly)
Foi em outubro de 2023, no dia 22, que o investidor pessoa física pode ter acesso a mais uma opção para diversificar seus investimentos: os 💥️BDRs (Brazilian Depositary Receipts), certificados que representam ações de empresas listadas nas bolsas dos 💥️Estados Unidos.
Antes restritos aos investidores qualificados, ou seja, quem possuísse um patrimônio de pelo menos R$ 1 milhão, os dados mais recentes da 💥️B3 mostram um crescimento formidável dessa classe de ativos. Em um ano, o número de investidores saltou de 121 mil em dezembro de 2023 para 266 mil em setembro, alta de 120%.
(Fonte: B3)
Já o ADTV, ou volume diário negociado, foi de R$ 115 milhões em 2023, para R$ 331 milhões no acumulado de 2023, elevação de 187%.
(Fonte: B3)
Segundo Bruno Rosolini, analista do setor de Tecnologia da 💥️Genial Investimentos, a B3 acertou em cheio ao democratizar o acesso aos investidores pessoa física.
“Deveria ter feito isso muito antes. Não tinha motivo algum para as BDRs não serem liberadas para todo mundo, sendo que os investidores pessoa física poderiam estar expostos a outros ativos. Isso foi muito bom para o mercado em geral, trouxe mais liquidez. Nesses momentos de queda, de recessão, fica claro o quão importante é diversificar”, diz.
Para João Vitor, analista da 💥️Toro Investimentos, no geral, houve uma aceitação do investidor, principalmente porque a liberação foi acompanhada de outras medidas, como desdobramentos para diminuir os valores dos papéis, além do lote padrão das BDRs ser de apenas um papel.
“Então pode comprar de uma e uma, não precisa ser como as ações, que precisa comprar de 100 e 100 papéis. Isso fez com que o investimento ficasse bem acessível para o varejo. Com bem pouco dinheiro, já dá para começar a montar posição”, pontua.
💥️Um primeiro passo
Mesmo com toda a expansão, os 266 mil investidores de BDRs representam uma parcela ínfima, quando comparados aos cerca de 3,3 milhões de 💥️CPFs que investem em ações brasileiras listadas na Bolsa atualmente.
Para os especialistas ouvidos pelo 💥️Money Times, as BDRs são um bom caminho para quem quer começar a investir no exterior, mas não sabe como.
“Pensando no investidor iniciante, essa pessoa não tem tanto capital para valer a pena ficar fazendo câmbio, ainda mais com o câmbio tão alto assim. As BDRs se tornaram uma alternativa para você começar a colocar o seu pé em empresas de outros países. Para depois, se desejar, se expor diretamente nos resultados”, argumenta Rosolini.
Outra vantagem das BDRs é o fato de serem acessíveis, ou seja, é possível comprar e vender os certificados na mesma corretora que se compram as ações das empresas listadas na B3, sem precisar abrir conta no exterior.
Apesar disso, o investidor precisa ficar atento a alguns pontos, como lembra o analista de investimentos da plataforma de investimentos Stake, Rodrigo Lima.
“Os BDRs ainda são extremamente ilíquidos aqui no Brasil, têm um baixo volume de negociação. Mesmo os mais negociados, como a 💥️Tesla, têm uma série de buracos. Se for executar uma ordem de venda ou uma ordem de compra muito grande, você pode sofrer uns spreads bem danosos para o seu investimento, o que pode atrapalhar muito a performance da sua carteira nesse momento”, argumenta.
Além disso, é preciso ter em mente que não há isenção de IR na negociação de BDRs, havendo a incidência de 15% de imposto sobre os lucros obtidos na realização de vendas de qualquer montante.
💥️As BDRs mais negociadas em um ano
A BDR queridinha dos investidores nos últimos 12 meses foi a Tesla, correspondendo a 16% do volume negociado (ADTV). Em seguida está o 💥️Mercado Livre, com 12,6%. Bem atrás vem a 💥️Apple com 4,6% e 💥️Amazon com 4,4%.
Já a fabricante de vacinas 💥️Moderna foi a campeã de valorização, com disparada de 389%. Completando o pódio está a petroleira Devon Energy, com alta de 291%, e a rede de lojas Macys, que saltou 286% no período.
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