Pedro Serra: Onde estão as boas oportunidades nesses tempos difíceis?
“Avalio que a temporada de resultados que começa hoje pode mostrar que, alguns ativos estão muito descontados, formando assim um ambiente ideal para investimentos de longo prazo”, aponta (Imagem: Linkedin/Divulgação)
O frágil panorama macroeconômico brasileiro, assim como as constantes turbulências no cenário institucional do país têm levado o mercado a reavaliar suas premissas e expectativas de maneira significativa.
Para se ter uma ideia, do início do ano pra cá, os juros de 10 anos saiu de um patamar de ~7% para 11% & 12%, a inflação esperada de 2022 saltou de ~3,5% para 4% & 5% e as previsões para o PIB de 2022 caíram de 2,5% para 1,0% & 2,0% (Consenso Bloomberg).
Como tudo isso impacta nos valores dos ativos? Basicamente, isso significa que a taxa de desconto será estruturalmente mais alta, ou seja, mesmo com o P/L da bolsa nas mínimas (8,0x) e com um Lucro esperado estável, o valor intrínseco será menor devido ao seu custo de oportunidade.
O que esperar para a temporada de resultados 3T21?
Feito esse disclaimer, vale reforçar que stock picking na bolsa brasileira- diferente da americana que tem sido impossível “bater” o💥️ S&P 500 na última década- sempre teve o seu valor, fato decorrente do peso relevante de commodities e estatais no 💥️Ibovespa que, muitas vezes, possuem uma dinâmica de risco própria.
Dessa forma, avalio que a temporada de resultados que começa hoje pode mostrar que, alguns ativos estão muito descontados, formando assim um ambiente ideal para investimentos de longo prazo.
Na 💥️Ativa Investimentos, estamos sempre buscando por assimetrias, especialmente na relação Preço x Valor.
Olhando para os fundamentos, o preço da maioria das empresas na bolsa nos parece barato, mas não podemos ignorar os ajustes que ocorrem com um discurso político que demonstra sinais de irresponsabilidade fiscal e que trazem mais incertezas para os investidores.
Desta maneira, sempre vale destacar que o investidor dê preferência por nomes menos expostos às decisões de “twitadas” de Brasília, empresas que sejam donas do seu próprio crescimento e que contem com bons gestores de caixa.
Como investir em um cenário instável?
Em resumo, acredito que o investidor deve buscar empresas que possam se destacar nessa temporada de resultados, mas que possuam um bom histórico de gestão e governança e baixos níveis de endividamento.
Levar em conta a fragilidade do atual cenário macroeconômico e institucional antes de decidir sobre investimentos em empresas que são diretamente impactadas por decisões governamentais, também é uma dica.
E claro, vale lembrar que, nesses momentos de turbulência, esperar por dias melhores investindo no longo prazo é uma decisão menos arriscada.
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