BR Properties: Alta nos juros limita espaço para bons resultados da companhia
A venda da participação remanescente do Complexo JK no próximo trimestre deve aliviar a pressão sobre os resultados seguintes (Imagem: Reprodução/BR Properties)
A 💥️BR Properties (💥️BRPR3) encerrou o terceiro trimestre com R$ 2,5 bilhões em dívida bruta, dos quais cerca de 93% estão indexados ao CDI (a um custo médio de CDI+1,8%). A situação financeira resultou em um forte impacto negativo no trimestre, com prejuízo de R$ 38 milhões.
Desde o início do ano, a 💥️taxa Selic subiu 5,75 pontos percentuais, até o atual patamar de 7,75% ao ano. Enquanto isso, bancos analisam o cenário fiscal do país e preveem uma taxa acima de 10% para o ano que vem. Nesse sentido, o aumento dos juros anda paralelamente ao crescimento da dívida da companhia.
O FFO (Fluxo de Caixa Proveniente das Operações, medida usada na administração de fundos imobiliários) ajustado caiu para R$ 20 milhões diante desse cenário, um recuo de 24% no trimestre e de 59% na base anual.
Analistas do 💥️Credit Suisse afirmam que se tornou um desafio ajustar os aluguéis acima da inflação, devido aos aumentos significativos nos índices, “embora a empresa tenha conseguido manter um sólido desempenho operacional, registrando absorção líquida e mantendo taxas de ocupação saudáveis”.
Apesar do aumento da dívida, a receita líquida da empresa atingiu R$ 83,5 milhões, alta de 6% na comparação anual. E o aumento de 16% nas despesas VG&A (Vendas Gerais e Administrativas) provocou um ajuste no ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) de R$ 58 milhões, estável ante o terceiro trimestre de 2023.
No longo prazo, o cenário para os analistas do banco norte-americano é positivo. Conforme as empresas estão voltando aos escritórios e a atividade de locação se recupera, eles enxergam a BR Properties com capacidade de reduzir o hiato entre os reajustes dos aluguéis e a inflação.
Para Wellington Lourenço, analista da Ágora Investimentos, o resultados do trimestre representa um período de transição, devido à venda da participação remanescente de 80% do Complexo JK, situado em São Paulo, no próximo trimestre. “[Isso] deverá aliviar a pressão sobre os resultados financeiros da empresa já no 4T21”, explica.
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