Mesmo com PEC dos Precatórios, reajuste significativo a servidores depende de corte
Disputam espaço, por exemplo, os gastos com auxílio a caminhoneiros e a concessão de um vale-gás acenos também já feitos por Bolsonaro (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)
O reajuste no salário do funcionalismo público sinalizado pelo presidente 💥️Jair Bolsonaro teria um impacto bilionário no Orçamento de 2022 e qualquer aumento superior a cerca de 3% dependeria de outros cortes para ser acomodado, mesmo com a aprovação da PEC dos Precatórios, disseram fontes da equipe econômica.
Atualmente, o governo gasta cerca de 300 bilhões de reais ao ano com salários. Por isso, um aumento de apenas 1% implica, por cima, custo de 3 bilhões de reais, indicou uma das fontes.
Se aprovada, a PEC dos Precatórios abrirá um espaço para gastos de 91,6 bilhões de reais em 2022, segundo estimativa do 💥️Ministério da Economia, mas desse total apenas cerca de 10 bilhões de reais estariam livres, já que a maior parte dos recursos já estaria comprometida com o 💥️Auxílio Brasil de 400 reais e com atualização dos gastos previdenciários em meio à 💥️inflação mais alta.
Disputam espaço, por exemplo, os gastos com auxílio a caminhoneiros e a concessão de um vale-gás acenos também já feitos por Bolsonaro.
Por isso, mesmo que nenhuma das medidas acima fosse adotada, um aumento aos servidores superior a apenas 3,33% já demandaria que outros remanejamentos fossem feitos no Orçamento.
O último ajuste no salário dos funcionários públicos ocorreu em 2023, seguindo um parcelamento feito pelo governo do ex-presidente 💥️Michel Temer.
A perspectiva para a inflação medida pelo 💥️IPCA é que feche o ano em 9,77%, conforme boletim Focus mais recente. Em 2023, o IPCA ficou em 4,52%.
Segundo uma segunda fonte da equipe econômica, as negociações para que a PEC abra espaço para o reajuste salarial integram esforços para que ela seja aprovada no Senado, após ter sido chancelada em dois turnos pelos deputados.
Em contrapartida, o time do ministro 💥️Paulo Guedes quer que a reforma administrativa avance, o que daria um sinal para os agentes econômicos de “controle fiscal no tempo”.
Mais cedo nesta terça-feira, Bolsonaro afirmou que a aprovação da PEC irá proporcionar o reajuste aos servidores públicos federais em 2022, ano eleitoral, defendendo que a investida é necessária em meio ao avanço da inflação.
“Há possibilidade, porque a inflação… estão há dois anos sem reajuste. A questão da pandemia até se justifica, porque muita gente perdeu emprego ou teve seu salário reduzido. Agora a inflação chegou a dois dígitos. Então conversei com Paulo Guedes, em passando a PEC dos Precatórios, tem que ter um pequeno espaço para dar algum reajuste. Não é o que eles merecem, mas é o que podemos dar”, disse o presidente em entrevista a jornalistas no Bahrein, onde está em viagem oficial.
De acordo com Bolsonaro, o aumento, se vier a ser concedido, vai beneficiar todos os servidores públicos federais, sem exceção.
No ano passado, o governo conseguiu que o Congresso aprovasse o congelamento de salários do funcionalismo nas três esferas do governo União, Estados e municípios como contrapartida à injeção de recursos federais para os entes regionais enfrentarem a pandemia de 💥️Covid-19.
A medida acabou sendo importante fonte de ajuda para a melhoria das contas públicas, já que os gastos neste ano não avançaram expressivamente enquanto a arrecadação tem batido recordes mês a mês.
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