Heverton Peixoto: Projete visão e sonho e fortaleça a cultura organizacional

Heverton Peixoto

Engajamento: quando se desperta a paixão dos colaboradores, resultados para acionistas e investidores tendem a ser mais positivos, diz Peixoto (Imagem: Divulgação/ Wiz/ Paulo Negreiros)

Muitas companhias têm missão, visão e valores. Dificilmente você encontrará uma organização empresarial relevante sem essas premissas direcionadoras. Contudo, quantas delas têm a cultura organizacional e o propósito claros, projetados e fortalecidos dia a dia!?! E isso, para muito além dos resultados do negócio, como uma contribuição à sociedade para um mundo melhor!?!

Para despertar a paixão nos colaboradores, os objetivos, os discursos e as práticas das companhias devem convergir cotidianamente com o que os profissionais da atualidade mais prezam: respeito, projetos, desafios, desenvolvimento, meritocracia, diversidade, inovação, senso de orgulho e pertencimento, bem-estar coletivo, responsabilidade social e legado de vida para as próximas gerações. Quando se promove engajamento nesse sentido, os resultados para acionistas e investidores tendem a ser ainda mais favoráveis.

Convido vocês a abrirem o site do Aché Laboratórios, empresa nacional há anos líder de vendas do setor farmacêutico no Brasil. Na página de abertura, use a barra de rolagem e chegue à seção “Nosso Propósito”. Perceba como a narrativa é ampla e envolve diferentes públicos de relacionamento, mostrando sensibilidade e procurando tocar o coração de cada um deles. A mensagem final é: “Nossa vocação é levar saúde e longevidade para as pessoas. É levar mais vida para você”.

Profundo, não!?! Só esse trecho já demonstra um propósito de trabalho que reverbera um ideal, um sonho de fazer a sociedade melhor. O discurso revela cuidado e chama de forma implícita os públicos de relacionamento para atitudes em grupo, pois ninguém consegue mudar o mundo sozinho. Enquanto seres humanos dotados de inteligência e sentimentos, somos movidos especialmente por histórias que sensibilizam, criam sinergias comuns, laços sociais e interações solidárias. Isso vai ao encontro da cultura dos brasileiros, que em sua essência prezam por afagos, abraços e ajuda ao próximo.

Sonhos como este revelam carinho e devem ser alimentados já nas abordagens das companhias para atração, captação, desenvolvimento e retenção de talentos. Eles precisam ser destacados a cada onboarding e estarem vivos nos benefícios oferecidos. Eles têm de ser reforçados em toda ação de endomarketing quando das inovações incrementais e radicais mais expressivas.

Sonhos como este se revelam no zelo frente ao estresse causado pela pandemia. Nas comunicações internas e externas multiplataforma, inclusive dos diversos porta-vozes que fazem ressoar a marca e seus atributos. Na inclusão verdadeira de negros, LGBTQIA+, mudos, surdos e demais pessoas com necessidades especiais. No papel das lideranças de promoção e cascateamento da cultura organizacional, com a valorização do caráter e das habilidades desejadas. Na determinação das altas cúpulas de governança do negócio para revisitar, disseminar e mensurar o impacto desse contexto corriqueiramente.

Multiplicadores e acolhedores

Quando esse contexto é alcançado, diversos colaboradores se tornam multiplicadores de uma cultura organizacional acolhedora, agrupadora, motivadora e que impulsiona a todos para a alta performance no trabalho e posturas em suas comunidades muito mais condizentes com o melhor convívio social.

O livro “Sapiens, uma breve história da humanidade”, que vem atraindo milhares de leitores em todo o mundo nos últimos anos, traz um conteúdo que corrobora com essa análise. O autor, Yuval Noah Harari, considera que os seres humanos dispõem de raciocínio e por isso são flexíveis e imaginativos, se adaptam para viver em comunidade e promover construções conjuntas, estão sempre em processos de modernização de suas crenças e deuses, além de disporem de talento e competência para desenvolvimentos tecnológicos que favorecem a disrupção e predominância da espécie.

Toda essa reflexão nos mostra que a cultura organizacional não é necessariamente orgânica. Portanto, o desenvolvimento cognitivo, a aptidão para criar estratégias e mover grupos, a percepção e a irradiação de bons princípios, do bem-coletivo e do bem-sucedido, a importância da ciência para o novo, a soma desses aspectos para resultados sustentáveis dos negócios e a capacidade de gerar contribuições evolutivas especialmente de comportamento para cada geração são responsabilidades que os gestores corporativos não podem se furtar.
Assim, projete visão e sonho e fortaleça a cultura organizacional sob viés de negócio e de responsabilidade social. Pelo bem das companhias, dos colaboradores, de todos os públicos de relacionamento e o mundo.

💥️Heverton Peixoto é CEO da Wiz Soluções (WIZS3), uma das maiores gestoras de canais de distribuição de seguros e produtos financeiros no Brasil – Empresa avaliada atualmente em R$ 1,6 bilhão na Bolsa de Valores. A companhia possui parcerias estratégicas celebradas durante sua gestão com Itaú, Santander, Banco do Brasil, BMG, Inter e BRB, entre outros. Heverton é pós-graduado em Corporate Finance pelo Insead França, lidera há 4 anos cerca de 1,5 mil colaboradores na Wiz e, seus 15 anos dedicados à seguridade incluem passagens pelo Grupo Amil e a Mckinsey & Company, nos quais atuou em projetos estratégicos para a América Latina, além da Caixa Seguros e da Par Corretora de Seguros. Neste espaço, ele escreve sobre gestão bem-sucedida de negócios.

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