Chapecoense: Chubb diz que devia apenas 1,125% de acordo e que já fez o pagamento
O fundo humanitário permitiu a destinação de US$ 225 mil a cada família de vítima, com a condição de que esse seria o único valor devido pela empresa (Imagem: Facebook/ Chapecoense)
Em depoimento à 💥️CPI sobre a situação de familiares e vítimas do acidente da Chapecoense, Robert Wilson, diretor de subscrição da seguradora Chubb Global Markets, afirmou que a companhia está disposta a pagar o valor que caberia a ela dentro do contrato de seguro de US$ 25 milhões e que busca, junto com a seguradora Tokio Marine, “achar formas de compensação adequadas” para o caso. Nesta quarta-feira (8), o executivo respondeu perguntas feitas pelo relator da CPI, senador Izalci Lucas (PSDB-DF).
De acordo com Wilson, a Chubb é uma das 12 corporações resseguradoras ou agentes gestores para o pagamento do seguro que são liderados pela Tokio Marine. Segundo ele, a parte do risco da Chubb é de 1,125% do valor.
Mas durante todo o processo de execução do contrato com a 💥️empresa LaMia, de acordo com o executivo, a companhia não participou ativamente de decisões, informações ou declarações. Ele disse que essa responsabilidade ficou a cargo da Tokio Marine.
— Para responder a essa pergunta específica, nossa parcela é muito pequena. Temos 1,125% dos US$ 25 milhões, que é o limite. Isso corresponde a US$ 281.250 — disse, ao explicar que a companhia já repassou quase todo o valor que lhe cabe ao fundo humanitário criado pela Tokio Marine .
O fundo humanitário permitiu a destinação de US$ 225 mil a cada família de vítima, com a condição de que esse seria o único valor devido pela empresa. Quem optasse por recebê-lo se comprometeria a desistir de todas as ações judiciais abertas no 💥️Brasil ou no exterior.
No entanto, Izalci lembrou sentença da corte estadual da Flórida, nos 💥️Estados Unidos, que deu procedência ao pedido de indenização das famílias de 40 vítimas do voo.
De acordo com o parlamentar, o valor total chega a US$ 844 milhões, que serão acrescidos de juros. O número de beneficiados representa mais da metade dos 77 passageiros do voo 2933 da companhia boliviana LaMia que levava o time da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana de 2016.
Izalci quis saber o motivo de a Chubb fazer parte do grupo das 12 corporações que tentam na Justiça de Londres parar o processo de indenização.
— Os nomes das 12 novas empresas apareceram encabeçados pela Tokio Marine, na Inglaterra, para que o processo aberto pela 💥️Justiça americana na Flórida fosse paralisado.
No mercado de seguros, uma apólice pode ser dividida entre concorrentes, com percentuais diferentes entre elas. Caso as famílias das vítimas e sobreviventes ganhem o processo, as 13 empresas, incluída a resseguradora líder, a Tokio Marine, teriam de dividir a quitação da apólice.
No entanto, ainda não está claro qual a porcentagem de cada uma das 13 empresas no resseguro da LaMia — alegou Izalci.
Em resposta, Robert Wilson declarou que “não há envolvimento nenhum” da Chubb nesse processo, “a não ser o apoio que damos na Tokio Marine para tentar chegar a um acordo adequado e pagar as quantias que foram solicitadas”.
O processo nos Estados Unidos foi aberto contra LaMia, Kite Air Corporation (dona da aeronave), Marco Antonio Rocha Venegas (proprietário da Kite) e Ricardo Albacete (um dos sócios da LaMia).
No entanto, os alvos de fato são as empresas Aon (responsável pela corretagem do seguro), Bisa (seguradora) e Tokio Marine Klin (resseguradora).
Irregularidades
Izalci ainda citou dados e históricos de conversas os quais apontam possíveis irregularidades cometidas pela LaMia como na apólice de seguro. Entre elas a de que a apólice proibia que a empresa voasse para a 💥️Colômbia.
Ele relatou ainda troca de emails entre Aon, Tokio Marine Klin, os donos da LaMia e da aeronave mostrando que todos os envolvidos tinham conhecimento de que os voos eram realizados para a Colômbia.
O senador também questionou se a Chubb tinha conhecimento de que o seguro da LaMia teve redução de cerca de US$ 300 milhões para US$ 125 milhões a partir do momento em que a companhia aérea deixou de fazer voos particulares e para transportar equipes de futebol, o que, segundo o senador, seria irregular.
Na avaliação dele, o valor da apólice deveria subir, e não ficar mais baixo.
— É evidente que os atletas, as pessoas que estavam no voo, não perguntaram quando entraram no avião quanto era a apólice, mas a apólice inicial, que se pretende cobrar, que é exatamente a que deveria estar vigorando, era de US$ 300 milhões — argumentou.
O depoente, no entanto, disse que não estava ciente dessas variações de preço da apólice.
— E a Chubb, na posição em que se encontra, como mercado estrangeiro, é um consórcio que não tem atividade de seguradora, nem de resgate, de reclamações.
Então, não temos todos os detalhes dessas informações o tempo inteiro, mas, como seguradora, estamos dispostos a pagar até o limite máximo da apólice.
No decorrer da oitiva, Izalci ainda fez questionamentos sobre detalhes do contrato, negociações e informações da Chubb em relação à apólice com a LaMia e as tratativas com a Tokio Marine.
Ele ainda quis saber sobre outras operações da Chubb no Brasil, como com as cinco apólices de seguro com a Petrobras. Como o depoente não tinha as informações precisas, o senador pediu que ele as encaminhasse posteriormente à CPI para que fossem juntadas ao processo.
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