Pré-Mercado: Há espaço para um rali de Natal?
Clube dos bancos centrais contracionistas / ✅Clube dos Cinco (1985)
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💥️Bom dia, pessoal!
No fechamento das Bolsas asiáticas, vemos uma reprodução do tom de ontem (16) nos EUA, em que os ativos de risco sofreram bastante, em especial as teses de tecnologia.
Lá fora, a redução dos estímulos anunciada pelo Banco Central do Japão (BoJ) encerrou a bateria de reuniões relevantes de política monetária ao redor do mundo.
Nos últimos dias, contamos com mais de 20 encontros de diversas autoridades monetárias, todos concluídos com decisões “hawkish” (contracionistas), em um processo de normalização monetária pós-pandêmica.
Com isso, se há espaço para um rali de Natal na semana que vem, a manhã de hoje nos diz algo diferente. Os mercados europeus seguem a performance asiática e amanhecem com péssimo humor, acompanhados pelos futuros americanos, que continuam em queda, mesmo depois da correção de ontem.
O Brasil pode seguir esta tendência em dia de maior volatilidade por conta do vencimento de opções – com o fim da agenda política, os mercados podem ficar mais calmos.
A ver…
💥️A reta final dos trabalhos em Brasília
Em dia de vencimento de opções, no caminho para encerrar as atividades no Congresso (o Plenário da Câmara já finalizou os trabalhos por este ano), foi convocada para hoje (17) uma sessão do Congresso Nacional para votação de vetos e do Orçamento de 2022.
Entre os vetos, estão aqueles à Medida Provisória que autorizou a capitalização da Eletrobras (são 14 trechos vetados pelo presidente), que deverá ter oferta para finalizar o rito de privatização até o fim do primeiro quadrimestre de 2022.
Enquanto isso, o mercado ainda digere a sequência de documentos contracionistas divulgados pelo Banco Central, tendo contato com o comunicado da decisão de política monetária, a ata do Copom e o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Todos confirmaram a força com a qual o BC deseja combater a alta dos preços.
O Banco Central cortou sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, de 2,1% para 1,00%, e reconheceu os desafios para o ano que vem, com possibilidade de piora do quadro fiscal.
💥️Os sentimentos pós-Fomc e os imbróglios com a China
A reação inicial do mercado, positiva em relação à decisão do Fed, não durou.
Apesar de sedimentar as expectativas para os próximos passos da política monetária, os investidores usaram o dia de ontem (e podem usar o de hoje também) para ajustar suas posições para o último dia útil que antecede a semana do Natal.
Ainda assim, a maior parte do mercado parece satisfeita com o fato de o Fed estar ciente e reagir aos riscos de inflação, ao mesmo tempo que adota uma abordagem dependente de dados.
Logo, ainda que tenhamos ruídos no curto prazo, estruturalmente as perspectivas não são ruins.
O mesmo não pode ser dito para a relação entre os EUA e a China.
Os mercados podem refletir hoje o fato de os americanos terem adicionado empresas chinesas à sua lista negra de exportação, enquanto o Congresso aprovou uma legislação que proíbe a importação de produtos de Xinjiang, a menos que possa ser provado que não foram feitos ferindo direitos humanos.
Diferentemente da abordagem de Donald Trump, que se valia predominantemente de impostos, prejudicando em última instância o consumidor americano, os democratas podem causar mudanças ainda mais bruscas nas cadeias de suprimentos globais, as quais seguem em vias de se normalizarem.
💥️Repercussão das decisões europeias
Ontem (16), contrariando a maior parte das expectativas, o Banco Central da Inglaterra (BoE) deu um choque de realidade nos mercados, ao elevar a taxa de juros no Reino Unido em 15 pontos-base para 0,25% ao ano – com o movimento, o BoE se tornou a primeira grande autoridade monetária a fazer um aperto monetário desde o início da pandemia.
O aperto surpreende principalmente por ser acompanhado com comunicados alinhados ao governo de cautela com a nova variante ômicron, depois de restrições terem sido impostas.
Ao mesmo tempo, o Banco Central Europeu (BCE), apesar de não ter mexido nos juros, indicou que vai reduzir as compras de títulos públicos no primeiro semestre do ano que vem, mas amenizou sua postura ao afirmar que planeja aumentar as compras em um segundo programa de estímulo ao longo do segundo trimestre.
O movimento, apesar de curioso, se justifica pelo temor de desaceleração forçada pelas novas restrições impostas pelos países – segundo a presidente da autoridade monetária, não deverá haver aumento de juros no ano que vem.
💥️Anote aí!
As últimas reuniões de política monetária da semana incluem pares emergentes, como a Rússia e a Colômbia – os encontros se dão depois que o banco central da Turquia continuou sua política heterodoxa e cortou as taxas de juros.
Ainda lá fora, destaque para a digestão dos preços ao consumidor final de novembro da Zona do Euro e as vendas no varejo no Reino Unido em novembro, que foram fortes, ainda que a demanda por entretenimento tenha entrado fraca em dezembro.
Por aqui, destaque para a segunda prévia do IGP-M de dezembro, o Monitor do PIB de outubro e o leilão dos campos do pré-sal de Atapu e Sépia.
💥️Muda o que na minha vida?
Todo mundo adotou tons mais contracionistas nos últimos dias, com medo de que a inflação se prove mais estrutural do que se presumia a priori.
Vale lembrar que, pelo livro-texto, taxas mais altas fazem com que os lucros futuros valham menos no presente, afetando especialmente as ações de crescimento (vide tecnologia, por exemplo).
As ações de valor, por outro lado, normalmente predominantes em países emergentes com economias menos sofisticadas (caso do Brasil), tendem a ser negócios maduros, cujos ganhos são ponderados de forma mais equilibrada entre os anos no presente e no futuro.
Isso inclui empresas como as financeiras (pelo menos uns 25% do Ibovespa), muitas das quais têm exposição positiva adicional a taxas de juros mais altas: os bancos podem ganhar mais com seus empréstimos quando as taxas de mercado são mais altas.
2021 foi uma história atípica para a demanda global.
A economia este ano tem se concentrado em níveis extraordinários de demanda do consumidor nas economias desenvolvidas, alimentada pela poupança acumulada.
Essa demanda sobrecarregou as cadeias de suprimentos. Consequentemente, o maior choque de demanda em 75 anos superou o aumento da oferta, que respondeu de maneira mais lenta à recuperação pós-pandêmica.
Em 2022, à medida que a demanda global for se esgotando, as cadeias se normalizarão, mesmo que novas variantes, como a ômicron, mudem no curto prazo algumas funções de demanda.
A inflação, por sua vez, que assustou os mercados nos últimos meses, pode não durar para sempre.
Na entrada deste novo ano, podemos estar em um ponto de inflexão dos preços, em que as coisas se normalizam em 2022.
Um abraço,
Jojo Wachsmann
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