Radar do mercado: O que importa para a bolsa nesta sexta, segundo 5 analistas

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(Imagem: Reuters/Ina Fassbender)

A reação do mercado a uma postura mais contracionista dos bancos centrais em vários países, diante do avanço da inflação global, é o destaque dos relatórios de abertura das corretoras nesta sexta-feira (17)

O💥️ Ibovespa futuro operava em baixa de 0,6% nesta sexta, após os mercados globais começarem o dia negativos, com queda de 0,3% nos Estados Unidos e baixa de 0,7% na Europa.

Na China, ambos o índice CSI 300 recuou 1,6% e Hang Seng caiu 1,2%, em um momento em que os EUA anunciaram novas sanções sobre produtos importados do país.

Veja abaixo o que comentam as corretoras sobre o pregão desta sexta:

XP: Tendência de aperto

XP Investimentos diz que a tendência geral de aperto da política monetária “parece ser clara, embora os diferentes caminhos percorridos pelos bancos centrais sublinhem as profundas incertezas sobre como a variante Ômicron, de rápida disseminação, afetará as economias”.

A corretora destaca que o Banco do Japão anunciou que reduzirá seu programa de flexibilização quantitativa no final de março, encerrando as compras de títulos corporativos e notas promissórias.

A decisão foi anunciada após os maiores bancos centrais da Europa tomarem medidas para combater o aumento da inflação na quinta-feira, com o Banco da Inglaterra aumentando as taxas de juros pela primeira vez desde o início da pandemia e o Banco Central Europeu dizendo que encerrará seu programa de compra de títulos de emergência em três meses, lembra a corretora.

Rico: Impacto sobre as techs

A Rico destaca que o movimento negativo dos mercados globais nesta sexta é influenciado principalmente pela queda de ações de tecnologia, que reagem ao aumento de juros e redução de estímulos monetários ao redor do mundo.

“Maiores juros tendem a impactar empresas que tem grande parte da sua atratividade em perspectivas de crescimento no longo prazo, como as de tecnologia, por aumentarem o custo de financiamento e reduzirem o valor da empresa analisado hoje, quando considerado esses custos mais altos no futuro (o famoso “valor presente”)”, diz a corretora.

“Na China, empresas de tecnologia também sofrem por conta de novas sanções dos EUA sobre produtos importados do país, após a inclusão de 34 novas empresas à lista de entidades para quais a exportação de tecnologia americana é proibida”.

Commcor: Copom contracionista

A Commcor sublinha que o Copom também mostrou grande preocupação com relação a inflação e, apesar de dados fracos da economia Brasileira, reforçou sua postura hawkish em seu último encontro.

A corretora lembra que uma postura mais dura do Copom dá maior incentivo para a entrada de capital, fortalecendo o real.

“Todavia, o posicionamento mais rígido também dos demais bancos centrais, o risco Brasil e o fluxo tradicional de fim de ano tem sido contraponto de uma Selic mais alta, explicando assim boa parte da dificuldade recente da moeda doméstica de se valorizar”.

Terra Investimentos: Fundo eleitoral no radar

A Terra Investimentos destaca que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em entrevista sobre o Relatório Trimestral de Inflação, falou sobre sua preocupação com as expectativas inflacionárias fora da meta, informando que irá elevar a taxa Selic o quanto for necessário, induzindo a economia para uma recessão.

“No radar de hoje, Congresso irá votar para derrubar o veto de Bolsonaro do Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões. Planos para desestatização da Eletrobrás são mantidas para até metade do ano que vem”, diz a corretora.

Genial: Semana agitada em Brasília

A Genial comenta que essa foi uma semana movimentada no Congresso no qual foram aprovados os projetos de Lei da BR do Mar e do Marco Legal das Ferrovias, matérias que seguem para a sanção presidencial.

“Na nossa avaliação, estes projetos são extremamente importantes para aprimorar a infraestrutura logística do Brasil, um país de dimensões continentais, de modo a aumentar a eficiência produtiva do país, dessa forma, aumentando o PIB potencial (longo prazo) brasileiro, diz.

Para a corretora, o destaque é a PL das ferrovias que institui a modalidade de autorização para que as empresas privadas possam construir ou explorar as ferrovias, sem a necessidade de um processo licitatório para decidir quem irá operar um trecho ferroviário.

“Além disso, tivemos a conclusão da votação em dois turnos de alguns trechos da PEC dos precatórios que havia sido aprovado no Senado Federal”, diz.

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