SuínosABCS: prejuízos de 2023 devem se estender para os primeiros meses de 2022
A entidade destaca que o mercado doméstico apresenta sinais de “superoferta” que pressionam os preços dos suínos em todo o País (Imagem: REUTERS/Tom Polansek)
A Associação Brasileira dos Criadores de 💥️Suínos (ABCS) avalia que os prejuízos observados na suinocultura brasileira em 2023 devem se estender nos primeiros meses deste ano, em cenário de retração dos preços pagos ao produtor e elevado custo de produção. “A grande preocupação é a recuperação da demanda do mercado doméstico para absorver o aumento da produção”, disse o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, em nota.
A entidade destaca que, ao contrário das exportações que se comportam como o esperado, o mercado doméstico apresenta sinais de “superoferta” que pressionam os preços dos suínos em todo o País, desde a segunda semana de dezembro de 2023. “Esta queda de preços é resultado do elevado crescimento da produção de suínos dos últimos anos, coincidindo com uma crise econômica em que a 💥️inflação nos dois dígitos, o 💥️PIB estagnado e o desemprego corroem o poder aquisitivo do consumidor”, informa a entidade.
A ABCS aponta também que, tradicionalmente, o início do ano é de retração na demanda por carne suína no mercado doméstico e de exportação. “O que agrava o desequilíbrio entre oferta e procura, pressionando ainda mais os preços para baixo”, ressalta.
A estimativa da ABCS é de que 2023 tenha encerrado com produção de 4,8 milhões de toneladas de carcaças, o que representaria crescimento de 30% da oferta em cinco anos e de 16% nos últimos dois anos. Os números consolidados serão divulgados pelo 💥️Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Trimestral de Abate de Animais em 10 de fevereiro.
Em relação aos custos de produção, a entidade observa que o primeiro semestre será um período ainda de preço elevado do milho, já que a maior parte da produção é colhida na segunda metade do ano, mas sem risco de desabastecimento. O cereal é o principal insumo da alimentação animal. “Embora a primeira safra preocupe, a perspectiva é melhor do que no ano passado, pois tudo indica que a segunda safra resultará em quantidades suficientes para manter o preço do principal insumo em patamar mais baixo que em 2023. Por outro lado, outros custos indexados à inflação como tarifas públicas, combustíveis e mão de obra devem onerar ainda mais a produção”, explicou Lopes.
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