Radar do mercado: Paralisação dos servidores e alta dos treasuries colocam pressão sobre Ibovespa
BB espera que os ativos apresentem viés de cautela, diante da conjunção dos fatores externos e internos. (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
A paralisação dos servidores no Brasil e a expectativa de que o Fed comece o ciclo de aperto monetário em março nos 💥️Estados Unidos são alguns dos destaques dos relatórios de abertura das corretoras nesta terça-feira (18).
O Ibovespa futuro caía 0,86 por volta das 9h30, após os mercados globais amanhecerem negativos (EUA em baixa de 1,2% e Europa em queda de 1,2%) com o avanço da taxa de juros dos títulos de 10 anos americanos para 1,83%, maior valor dos últimos dois anos.
Na China, o índice CSI 300 subiu 1,0%, ainda reverberando a política monetária mais acomodativa anunciada pelo banco central chinês na segunda-feira (17). O índice de Hang Seng fechou em baixa de 0,4%.
Veja o que importa para a bolsa nesta terça, segundo quatro analistas:
BB Investimentos: Impacto nas contas públicas
Para o 💥️BB Investimentos, a pressão do funcionalismo público federal por reajustes salariais segue gerando preocupações por possíveis novos impactos nas contas públicas e eventuais pressões inflacionárias.
“No mais, seguem no radar a provável pressão política por mais gastos em um ano eleitoral, os receios de aumento de despesas provocadas por uma nova onda da pandemia, a possível ampliação do programa Auxílio Brasil e o noticiário em torno do Orçamento de 2022 que precisa ser sancionado ou vetado até a próxima sexta-feira (21)”.
O banco espera que os ativos apresentem viés de cautela, diante da conjunção dos fatores externos e internos, com o Ibovespa operando em queda, enquanto o dólar e a curva de juros devem apontar alta, diz.
Safra: Mobilização limitada
O 💥️Safra comenta que a participação dos servidores na paralisação pode ser limitada por conta das férias e do receio com a variante Ômicron. O banco lembra que a mobilização poderá ser remarcada por conta da adesão.
Servidores pedem reajuste de 28%, o que para o Safra é difícil de ser concretizado — cada 1% de aumento cresce em R$3 bilhões as contas do governo, sublinha o banco, que pondera ainda que o Supremo Tribunal Federal (STF) pode derrubar aumento caso seja dado reajuste a um cargo só.
Ágora: Alta dos juros dos treasuries
A Ágora Investimentos vê a aversão ao risco no cenário internacional pesando mais nos mercados domésticos, em um dia de agenda econômica esvaziada. “A alta dos juros dos✅ treasuries e do 💥️dólar ante outras moedas emergentes tendem a pressionar os juros futuros e câmbio”, comenta.
“O BC americano tem sinalizado que deve anunciar sua primeira elevação de juros na reunião de março, em função da persistência da inflação alta e à medida que o mercado de trabalho segue se recuperando dos impactos da pandemia do covid-19”, comenta.
XP: Preços do petróleo atinge maior nível em 7 anos
A 💥️XP Investimentos destaca que os preços do petróleo atingiram o nível mais alto em sete anos, “colocando em risco a desinflação global prevista para este ano”. O petróleo Brent atingiu 87,3 dólares por barril esta manhã, enquanto o petróleo WTI está acima de $ 85.
“A tendência é impulsionada pela forte demanda nas maiores regiões consumidoras do mundo, como EUA e Europa, e está acontecendo apesar da sinalização do Fed de uma política monetária mais apertada à frente”, comenta.
A tensão renovada no Golfo Pérsico, responsável por cerca de 40% do petróleo transoceânico no mundo, também contribuiu para pressionar os preços.
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