Protesto por reajuste foi recado ao governo e pode haver greve em fevereiro, diz representante de servidores
Pelas contas do Ministério da Economia, para cada ponto percentual de reajuste ao funcionalismo, o impacto é de aproximadamente 3 bilhões de reais ao ano (Imagem: Washington Costa/ASCOM/ME)
Após o encerramento dos atos de servidores públicos federais nesta terça-feira em busca de reajuste salarial, o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, afirmou que os protestos foram um recado inicial dado ao governo, ressaltando que uma 💥️greve por tempo indeterminado está no cardápio de ações caso não haja avanço nas negociações.
Entidades que representam carreiras do funcionalismo promoveram duas manifestações em 💥️Brasília nesta terça, em movimento que se somou à entrega de cargos de chefia em parte das categorias e redução na prestação de serviços.
“O balanço é positivo, a nossa intenção era justamente dar o recado ao governo.
A bola agora está com eles, conseguimos mostrar aos servidores o tamanho das perdas salariais sofridas e eles estão acompanhando e esperando a resposta do governo”, disse à Reuters o presidente do Fonacate.
Marques reconheceu que a presença de servidores nos protestos não foi alta, mas disse que foi algo esperado por conta do avanço da variante 💥️Ômicron do 💥️coronavírus.
“A gente não teve uma super presença, até por conta do contexto da pandemia, foram no máximo mil pessoas nos atos do 💥️Ministério da Economia e do 💥️Banco Central, mas vimos um engajamento muito grande de servidores nas redes”, afirmou.
A entidade enviou ofício ao ministro 💥️Paulo Guedes solicitando uma audiência para abrir as negociações, mas ainda não houve resposta da pasta. Procurado, o Ministério da Economia não se manifestou de imediato.
Guedes teve reuniões internas nesta terça com secretários que acompanham os movimentos do funcionalismo, além de um almoço com o presidente do Banco Central, 💥️Roberto Campos Neto, que também enfrenta protesto de servidores.
De acordo com uma fonte do Ministério da Economia a par das conversas, é muito difícil que o governo encontre espaço no Orçamento para concessão de aumentos. Segundo esse interlocutor, ainda é necessário acompanhar o desdobramento das manifestações e pressões futuras.
De acordo com o Fonacate, as perdas salariais para a inflação entre 2017 e 2023 chegam a 28%. Marques afirmou que a categoria tem consciência de que não é viável repor toda essa perda, mas disse ser possível haver uma recomposição linear de 10% a um custo anual de 24 bilhões de reais.
Pelas contas do Ministério da Economia, para cada ponto percentual de reajuste ao funcionalismo, o impacto é de aproximadamente 3 bilhões de reais ao ano.
Na próxima semana, carreiras de servidores farão reuniões virtuais para discutir a continuidade da mobilização. No dia 2 de fevereiro, está previsto outro ato presencial em Brasília, dessa vez em frente ao 💥️Supremo Tribunal Federal.
De acordo com o dirigente sindical, se não houver resposta do governo ou avanço nas negociações, a categoria discutirá em fevereiro a realização de greve por tempo indeterminado.
O gatilho que deflagrou os movimentos foi a autorização dada pelo governo, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, para reajustar salários de policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários.
A medida gerou insatisfação em outras carreiras, que estão com remuneração congelada no atual mandato e não foram beneficiadas pela atual decisão.
No Orçamento deste ano aprovado pelo Congresso, foi reservado 1,7 bilhão de reais para conceder aumento apenas às categorias de segurança pública.
O governo afirma que ainda não foi batido o martelo sobre o tema.
O presidente tem até sexta-feira (21) para decidir sobre a sanção do projeto de Orçamento de 2022.
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