Hedge de açúcar cai na ICE enquanto usinas observam alta nos preços do petróleo

Açúcar

No momento, os preços do etanol estão próximos de níveis recordes no Brasil (Imagem: Pixabay)

As operações de hedge dos produtores de 💥️açúcar na bolsa de Nova York ICE caíram acentuadamente em relação a um ano atrás, uma vez que a recente alta do 💥️petróleo estimulou as usinas que também produzem 💥️etanol a adiar a fixação, pois avaliam um possível aumento na produção do combustível.

De acordo com dados da U.S. Commodity Futures Trading Commission (CFTC, na sigla em inglês), o volume de posições vendidas de players comerciais caiu 35% em relação ao ano passado, a cerca de 420.000 contratos.

Menos hedge significa produtores se preparando para potencialmente mais etanol e menos produção de açúcar, o que pode representar menores compromissos de 💥️exportação dos países produtores em 2022 e menor oferta global de açúcar.

As usinas brasileiras & que respondem pela maior parte das vendas na bolsa de Nova York& protegeram 52% de suas prováveis ​​exportações de açúcar 2022/23 (abril-março) em comparação com quase 70% no mesmo período do ano passado, de acordo com projeções da Archer Consulting, empresa que assessora produtores de açúcar em estratégias de hedge.

No momento, os preços do etanol estão próximos de níveis recordes no Brasil, após o aumento nos custos da 💥️gasolina. Isso dá às usinas um incentivo maior para transferir mais cana-de-açúcar para a produção de etanol.

“Eles não têm pressa em fazer hedge. Eles olham os preços futuros do açúcar na tela e veem que os retornos estão muito próximos dos do etanol”, disse Julio Maria Borges, consultor de produtores de açúcar e etanol no Brasil.

Borges disse que ainda não há um sinal claro para as usinas decidirem se vão produzir mais açúcar ou mais etanol quando a nova temporada de moagem começar em abril, então o setor ainda está em compasso de espera, mas um novo aumento nos preços dos combustíveis levaria a mais produção de etanol.

As usinas têm flexibilidade na forma como destinam a cana a um produto ou outro, dependendo dos preços de mercado. Nesta temporada, 45% da cana foi destinada para a fabricação de açúcar, segundo dados da Unica.

Analistas estimam que uma mudança de um ponto percentual do açúcar para o etanol representa cerca de 700.000 toneladas a menos na produção de açúcar no centro-sul do Brasil.

Um executivo que trabalha para um grande trader de açúcar disse que as margens de lucro da produção de açúcar e etanol eram quase iguais, o que poderia fazer as usinas passarem a produzir mais biocombustível, já que é um mercado muito líquido com pagamento direto, enquanto os pagamentos na exportação de açúcar demoram mais.

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